SANTIAGO, CHILE. A senadora Isabel Allende, filha do ex-presidente chileno Salvador Allende, tem certeza de que a investigação judicial sobre a morte do seu pai confirmará que ele suicidou para não se render aos golpistas e que "morreu por própria decisão e vontade, como gesto de dignidade".


Em entrevista concedida à agência de notícias Efe em Palma de Mallorca (Espanha), a senadora socialista destaca que a denúncia judicial sobre a morte do pai é a mais simbólica do conjunto de 726 queixas de violações de direitos humanos destinadas a satisfazer o desejo de justiça de muitas famílias de vítimas da ditadura que "não têm a versão completa ou não conseguiram encontrar ou identificar os corpos" dos desaparecidos.


"Isso fecharia um ciclo à medida que se concluam todas essas investigações", defende Isabel.
Com relação à investigação sobre a morte de seu pai durante o cerco ao Palácio La Moneda em 1973, Isabel revela não questionar a hipótese de suicídio. "Nós não temos dúvidas, acreditamos na versão dos médicos que estiveram com meu pai", explica Isabel em nome da família.


"Meu pai tinha dito, com toda clareza, que não sairia vivo de La Moneda. Ele não seria desses presidentes que tomam o avião exilados, mas pagaria com sua vida a lealdade aos trabalhadores", revelou a senadora.


Gonzalo Meza Allende, de 45 anos, filho da senadora chilena Isabel Allende pelo Partido Socialista (PS) e neto do ex-presidente Salvador Allende, suicidou em dezembro de 2010, informaram assessores da parlamentar.


Os assessores acrescentaram que o velório e o funeral foram feitos de forma privada e indicaram que sua mãe "agradece o respeito frente ao recolhimento familiar, resultado dessa triste notícia".


Isabel Allende agradeceu "o respeito frente ao recolhimento familiar" após a confirmação da notícia. Os assessores disseram ainda que o velório e funeral foram restritos a pessoas próximas da família.