A justiça venezuelana julgará os dois americanos detidos na segunda-feira e acusados de planejar um ataque fracassado por via marítima ao país, disse o presidente Nicolás Maduro, que nesta quarta-feira culpou os líderes dos Estados Unidos e da Colômbia pela suposta conspiração.

Luke Alexander Denman e Airan Berry "estão convictos, confessos, foram pegos em flagrante e já estão sendo julgados pelo Procurador-Geral da República, pelos tribunais civis da Venezuela", disse Maduro a repórteres nesta quarta-feira durante uma videoconferência. 

"O processo será com todas as garantias e será justo", acrescentou o presidente, observando que os americanos "estão sendo bem tratados, com respeito". 

As prisões se somam às de outros 15 "mercenários" que planejavam "assassinar" Maduro durante uma "invasão" frustrada à beira-mar nas praias de Macuto, Estado de La Guaira, localizadas a cerca de 40 minutos de Caracas. 

"Eles confessaram sua culpa, violaram o direito internacional, violaram o direito venezuelano, estão nas mãos da justiça e garantiremos que a justiça será feita neste caso com esses dois americanos e com o resto dos mercenários e que a verdade veja à tona", disse Maduro. 

O líder socialista reiterou suas denúncias contra o presidente Donald Trump, a quem ele acusa de ter contratado Jordan Goudreau, ex-proprietário militar da empresa de segurança Silvercorp, acusado por seu governo de treinar "mercenários" em território colombiano. 

"O presidente Donald Trump é o chefe direto de todo o ataque", disse Maduro, mostrando um vídeo de Denman, que confessou ter sido contratado por Goudreau para a operação que tinha entre seus objetivos assumir o controle do principal aeroporto da Venezuela. 

Maduro, que também acusou o presidente colombiano Iván Duque da suposta conspiração, disse que a Venezuela solicitará aos Estados Unidos a extradição de Goudreau. 

Na terça-feira, Washington considerou as acusações, que envolvem o líder da oposição Juan Guaidó, reconhecido presidente interino por cinquenta países, como um "melodrama" e uma "grande campanha de desinformação" de Caracas, e nesta quarta-feira alertou que usará todos as opções à sua disposição para repatriar os dois americanos.

"Se o regime de Maduro decidir retê-los, usaremos todas as ferramentas disponíveis para tentar trazê-los de volta", disse o chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, a repórteres.