6 anos de prisão

Militar preso com cocaína em comitiva de Bolsonaro cumprirá toda pena na Espanha

Sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues foi preso em junho de 2019 na Espanha com 37 kg de cocaína enquanto viajava junto com a comitiva do presidente Jair Bolsonaro

Por Folhapress
Publicado em 17 de setembro de 2020 | 17:05
 
 
Avião da FAB Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil / Divulgação

O sargento da aeronáutica brasileira, Manoel Silva Rodrigues, preso em junho de 2019 na Espanha com 37 kg de cocaína e condenado em fevereiro deste ano a seis anos de prisão, cumprirá a pena em solo espanhol, em Sevilha, onde foi detido. A informação é do jornal Diário de Sevilla.

A defesa do militar, que foi preso enquanto viajava junto com a comitiva do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à reunião do G-20 no Japão, pediu à Justiça da Espanha que o militar cumprisse parte da pena no Brasil, mas teve o pedido negado.

A base para a decisão foi o artigo 89 do código penal espanhol que, em linhas gerais, estabelece que crimes graves com pena superior a cinco anos de prisão em regime fechado devem ser cumpridas no território espanhol. Este é o caso do brasileiro.

É possível, no entanto, que o sargento cumpra parte da pena no Brasil caso progrida de regime para o semi-aberto ou para liberdade condicional.

Uma das razões pelas quais a Justiça espanhola optou pelo cumprimento da pena integralmente no país é evitar que outros estrangeiros se sintam tentados a cometer crimes graves, uma vez que se o brasileiro voltasse ao Brasil antes de cumprir toda a pena, haveria jurisprudência suficiente para novos pedidos de outros condenados.

Além disso, o tribunal também levou em conta a relevância da prisão, uma vez que o traficante era membro oficial da comitiva do presidente Jair Bolsonaro e oficial da aeronáutica brasileira.

O ministério público espanhol havia pedido oito anos de prisão para o militar brasileiro, mas Rodrigues confessou o crime e deu maiores detalhes sobre sua participação, convencendo o tribunal a reduzir a pena para seis anos e um dia em regime fechado. A defesa do sargento aceitou a pena e não recorreu da decisão.