Entenda o caso

Saiba mais sobre o INF, tratado de armas nucleares que Trump rejeita

Perguntas e respostas sobre o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF)

Por Da redação
Publicado em 20 de outubro de 2018 | 20:40
 
 

No sábado (20.1), o presidente Donald Trump confirmou plano de abandonar o INF saiba mais sobre ele.

O que é?

O INF é um acordo de 1987 destinado a eliminar todos os mísseis balísticos baseados em terra e mísseis de cruzeiro com alcance entre 500 e 5.500 km. (veja a íntegra do documento em inglês)

Qual foi o resultado?

EUA e a extinta União Soviética destruíram 2.692 mísseis de alcances curto, médio e intermediário até a data-limite de 1º de junho de 1991, fixada no tratado.

Por que foi criado?

Com o desenvolvimento do míssil SS-20, de múltiplas ogivas, os russos aumentaram sua capacidade de destruição na Europa, reduzindo as chances de detecção do ataque. Em resposta, a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) ampliou as instalações de mísseis Pershing II norte-americanos, numa escalada de ameaças.

Quais países fazem parte?

Inicialmente, eram apenas EUA e Rússia. Com a dissolução da União Soviética e a repartição do seu arsenal nuclear, Belarus, Cazaquistão e Ucrânia também aderiram ao INF. Turcomenistão e Uzbequistão renunciaram ao tratado com a anuência dos demais membros.

Quais mísseis foram banidos pelo INF?

Da Rússia: SS-4, SS-5, SS-12, SS-20 e SS-23, bem como o SSC-X-4 (de cruzeiro).

Dos EUA: Pershing IA, Pershing IB, Pershing II e BGM-109-G (de cruzeiro).

Além disso, foram destruídos tubos e veículos lançadores, mísseis de treinamento e foguetes propulsores.

Como é feita a fiscalização?

Até maio de 2001, todos os membros tinham direito de inspeções das instalações. Depois disso, a vigilância por satélite continuou até os dias atuais. Além disso, o tratado estabelece Comissão Especial de Verificação (SVC, pela sigla em inglês), que pode ser solicitada com a anuência dos participantes. A última delas foi pedida pelos EUA em dezembro de 2017.

Qual é a situação atual?

A Rússia questionava a validade do tratado, devido à existência de potências nucleares vizinhas, como a China, não-signatárias, e ao desenvolvimento de escudo antimísseis balísticos dos EUA na Europa (veja gráfico acima). Em março de 2017, o general Paul Selva, do Estado Maior Conjunto dos EUA, confirmou relatos de que a Rússia havia empregado um míssil baseado em terra (conhecido como SSC-8) que violava "o espírito e as intenções do INF". No início do ano, o Departamento de Defesa dos EUA aprovou liberação de recursos para o desenvolvimento de um míssil que também burlaria o acordo.

 

(fontes: Arms Control Association e CSIS Missile Defense Project e Nuclear Threat Initiative)