O presidente da Turquia, Recep Erdogan disse que ordenou ao ministro das Relações Exteriores do país que dez embaixadores estrangeiros fossem declarados no critério de "persona non grata" no país, após pedirem a libertação de um filantropo preso desde 2017. A afirmação foi dada na sexta-feira (22).
Entre os embaixadores estão representantes dos Estados Unidos, França e Alemanha, Holanda, Canadá, Dinamarca, Suécia, Finlândia, Noruega e Nova Zelândia. No início da semana, eles emitiram um comunicado pedindo uma resolução para o caso de Osman Kavala, um empresário e filantropo detido há quase quatro anos, apesar de não ter sido condenado por nenhum crime.
Após as manifestações contrárias à prisão do empresário, os diplomatas foram convocados ao Ministério das Relações Exteriores na terça-feira.
Descrevendo a declaração como uma "imprudência", Erdogan disse que ordenou que os embaixadores fossem declarados indesejáveis. Uma declaração de "persona non grata" contra um diplomata geralmente significa que o indivíduo está proibido de permanecer no país anfitrião.
Kavala, 64, foi absolvido no ano passado de acusações ligadas a protestos antigovernamentais em todo o país em 2013, mas a decisão foi anulada e juntou-se a acusações relacionadas a uma tentativa de golpe de 2016.
Observadores internacionais e grupos de direitos humanos pediram repetidamente a libertação de Kavala e do político curdo Selahattin Demirtas, que está preso desde 2016. Eles alegam que as prisões se baseiam em considerações políticas. Ancara nega as reivindicações e insiste na independência dos tribunais turcos.
O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos pediu a libertação de Kavala em 2019, dizendo que sua prisão ocorreu para silenciá-lo e não foi apoiada por evidências de um crime. O Conselho da Europa afirma que iniciará o processo de infração novamente na Turquia no final de novembro, se Kavala não for libertado.