ANA PAULA MOREIRA

Bahia: grande exemplo nas ações sociais

As ações de uma equipe de futebol no âmbito social também podem fazê-la grande

Por Da Redação
Publicado em 31 de janeiro de 2019 | 03:00
 
 

O que faz de um clube de futebol grande? Para quase todos os apaixonados pelo esporte, são os títulos e as conquistas que trazem grandeza para o time. O histórico de grande feitos também é levado em conta, além do tamanho de sua torcida. Todos esses fatores fazem que um clube receba a alcunha de grande. Mas, além desses motivos, as ações de uma equipe de futebol no âmbito social também podem fazê-la grande. E, nesse caso, o Esporte Clube Bahia é gigante.

O Tricolor Baiano já é considerado um dos grandes clubes do futebol brasileiro. Tanto que foi cofundador do Clube dos 13, em 1987, entidade que reunia as 13 agremiações mais importantes do futebol brasileiro e que representava 95% dos torcedores brasileiros na época. Mas, em momento de mudanças sociais importantes que estamos vivendo, o Bahia é o principal exemplo de que um clube de futebol não está desassociado da sociedade e que precisa estar a par ou até à frente dessas transformações.

Na última terça-feira, foi comemorado o Dia Nacional da Visibilidade Trans, e o Bahia, novamente, foi enorme. O clube decidiu respeitar e fazer uso do nome social das pessoas, sejam elas “sócias do Bahia, sejam elas funcionárias do Bahia, sejam elas torcedoras do Bahia ou sejam elas torcedoras de outros clubes (ou de nenhum)”, como explicou o time em comunicado oficial.

Para justificar a ação, o Bahia abre a nota ressaltando que o Brasil é o país onde mais se mata travestis e pessoas trans no mundo, com três vezes mais mortes que o segundo da lista, o México. O documento também traz dados de que pessoas trans estão mais propensas a ter depressão e a cometer suicídio. “Um estudo do National Center for Transgender Equality revela que 40% das pessoas trans já tentaram acabar com a própria vida. Em outra pesquisa, na Universidade da Califórnia, revela-se que as pessoas trans pensam em suicídio 14 vezes mais em comparação à população geral”, diz a nota, que revela que a Bahia é o terceiro estado em mortes violentas de pessoas LGBT.

Essa não é a primeira vez que o Esporte Clube Bahia é pioneiro e dá aula para os outros clubes na forma de tratar questões sociais tão sensíveis. As redes sociais do clube sempre são usadas com mensagens importantes e em datas especiais como no Dia da Consciência Negra e no Dia Internacional da Mulher.

“O futebol amplia a sua razão de existir quando cumpre o papel de geração de bem-estar e transformação da sociedade. O futebol une pessoas, reconcilia conflitos e promove igualdade. Diante do nosso time, assim como deveria ser na vida, todos somos iguais. Por outro lado, também se revela como reflexo da sociedade ao se ser, lamentável e paradoxalmente, um ambiente de reprodução de homofobia, machismo, racismo, transfobia e outra muitas formas de preconceito. Mudanças no futebol refletem na sociedade. Mudanças na sociedade refletem no futebol”, explicou o clube na nota.

O Bahia merece todos os aplausos pelas campanhas sociais que vem encabeçando nos últimos tempos e mostra como o clube é gigante dentro e fora de campo. Que possa servir de exemplo para outros times no futebol.