Maio é também conhecido como o “mês cinza”, nomenclatura dada em função da conscientização sobre o câncer cerebral. Se um diagnóstico de câncer já é assustador, o diagnóstico de um câncer do cérebro pode parecer ainda mais aterrorizante.
A neoplasia ocupa a décima posição entre os tumores mais frequentes nos brasileiros. Podem ser benignos ou malignos. Os benignos possuem crescimento mais lento e, em alguns casos, podem ser apenas acompanhados com exames de imagem ao longo da vida do paciente. Dentre os malignos, os mais comuns no cérebro, as metástases (quando vêm de outros sítios, como pulmão, mama e câncer de pele do tipo melanoma, por exemplo) estão em primeiro lugar. Quando surgem do próprio tecido cerebral, são chamados de “primários”.
Os sintomas mais comuns desse tipo de câncer variam desde uma cefaleia intensa, persistente, que não melhora com analgésicos comuns, vômitos recorrentes, déficits neurológicos (alteração visual, de sensibilidade ou movimentação), até convulsões. O diagnóstico precoce é de extrema importância para o tratamento ser mais eficaz, porém não há indicação de rastreamento com imagem.
Ainda pouco se sabe sobre o que causa os tumores cerebrais. Algumas síndromes genéticas raras podem aumentar o risco desse câncer, como a síndrome de Li-Fraumeni, por exemplo. Deficiência do sistema imunológico, como o vírus HIV, também predispõe alguns tipos, em especial o linfoma primário do cérebro.
Dentre os primários, a maioria é conhecida como “glioma”. Podem ser gliomas de baixo grau ou de alto grau. O grau representa a agressividade do tumor. Quanto mais alto o grau, mais agressivo é. E, nesses casos, geralmente o paciente é submetido a cirurgia, radioterapia e quimioterapia.
A cirurgia é um dos pilares do tratamento. Sempre que possível, deve ser realizada pelo neurocirurgião. A indicação do tratamento a seguir (geralmente com radioterapia, com ou sem quimioterapia) depende do tipo do tumor. O câncer cerebral possui “nome” e “sobrenome”. Fazem-se necessários testes moleculares e testes genéticos, por exemplo, a fim de identificar mutações que podem predizer melhor o prognóstico do doente e decidir a melhor estratégia a seguir após a cirurgia.
Assim como a neurocirurgia evoluiu (hoje há possibilidades de se realizarem cirurgias com o paciente acordado, o que possibilita ao neurocirurgião uma ressecção com mais segurança), a radioterapia também evoluiu. A radioterapia possui um papel essencial para o controle desses tumores. Hoje, com alta tecnologia é possível poupar ainda mais os tecidos sadios, maximizando o controle das células doentes.
Não causar mais danos do que a doença já causaria ao paciente é imprescindível. Preservar a qualidade de vida em casos mais graves da doença é primordial.