Um emblema está se tornando uma voga na sociedade, transformado em uma cruzada inevitável, na qual o ser humano será inserido, como um processo que anuncia uma velha fórmula dicotômica: o velho maquiado de novo. Caminhos inevitáveis são delineados para a inserção a um “inusitado” cenário, repleto de soluções mirabolantes para a o “novo normal” no que tange ao o ensino, a sobrevivência econômica e oportunidades de enriquecimento.
Novidades são importantes e fazem parte da realidade humana em qualquer época da história, mas perante um cenário em que vidas são ceifadas por um vírus que se ergue das profundezas sombrias da sociedade planetária, está mais projetar o velho do que o dito novo.
Nesse interim, presenciamos soberbamente o descortinar de um palco que apresenta peças advindas dos velhos ritmos, mas com novas performances que podem ser vistas em webinars, palestras, lives, cursos e publicidades a exercerem o papel do fiel soldado que precisa assegurar que a velha ordem permaneça e continue vigorando, independente das profundas consequências.
Compreendo historicamente que a humanidade sempre se deparou com variadas guerras, sejam as bélicas, as produzidas consequentemente pela desigualdade social e as silenciosas que sutilmente vão penetrando nos corpos em forma de vírus. Todas elas de uma maneira geral ceifam vidas e desnudam um cenário desolador no qual dor, sofrimento, perdas, incertezas e inseguranças absorvem a sociedade.
Torna-se importante não procurarmos culpados, mas, sim, refletirmos como interiormente e também coletivamente investimos (mesmo que inconscientes) nesses cenários, pois o processo de culpa paralisa e permite a permanência dos mesmos padrões, a banalização somente procura engavetar o medo e camuflar a realidade que se apresenta, já a reflexão proporciona a conscientização e norteia para a mudança e o amadurecimento interno e externo.
Precisamos nos ater ao fato que não é possível dentro de uma realidade tomada por uma guerra na qual somos participes, serem apresentadas fórmulas com o mesmo cerne que fomentou padrões comportamentais que engendraram este famigerado contexto de pandemia, nos blindando das consequências de nossas próprias escolhas evitando a reflexão sobre elas.
Emblemas que se assemelham a um baile de máscaras procuram assegurar que as mesmas peças num palco desolador sejam apresentadas, iludindo os seus protagonistas e a plateia, que se sintonizam, desempenhando o papel de comensais da morte a anunciarem o arrefecimento do amor a si e a vida.
Quem sabe nos direcionamos para o caminho da sincronicidade (Jung) e potencialmente enveredamos para o autoconhecimento, promovendo um novo enredo mais consciente e real de nós mesmos e da vida.