Opinião

Sobreviver ao coronavírus

Incerteza no cenário econômico

Por Davi Toledo
Publicado em 09 de abril de 2020 | 03:00
 
 
Steve Buissinne por Pixabay

Um vírus que revirou a economia mundial. Nos últimos meses, o setor econômico começou a sentir fortes impactos com o novo coronavírus. Nunca vi nada parecido na história recente, pois temos uma combinação de duas crises: uma na saúde e outra na economia.

A Bolsa de Valores entrou em colapso. Tudo balançou, inclusive os investimentos, e, diante do novo cenário, empresários e outros players de mercado começaram a estudar e estruturar novas estratégias para prepararem suas empresas para um período tão temido no mundo dos negócios: o da incerteza.

O dólar chegou a um patamar jamais visto na história, e, diante de um terreno tão instável assim, a gestão de fluxo de caixa tornou-se fundamental. Medidas que garantam o bom funcionamento sem a necessidade de levantar mais capital precisam ser tomadas pelos gestores das grandes, médias e pequenas organizações.

Estamos falando de um período de adaptação e planejamento. Para discutir esse processo, é preciso entender que, na economia brasileira, o aumento de casos do novo vírus poderá impactar o país em três frentes. A primeira delas é a falta pontual de alguns produtos devido à diminuição na produtividade. Em segundo, o aumento dos custos de produção, advindos da oscilação do preço dos insumos importados, por exemplo. Por fim, pode ocorrer o encolhimento das demandas devido à quarentena.

Hoje, no Brasil, existe um total de 6,4 milhões de estabelecimentos. Destes, 99% são micro e pequenas empresas. Essa modalidade de negócio responde por 52% dos empregos com carteira assinada no setor privado, ou seja, 16,1 milhões. De acordo com o Portal do Empreendedor, até 2013, existiam no Brasil um total de 3,7 milhões de microempreendedores individuais. Imagine só depois de sete anos.

Embora seja uma verdade dura, como em toda crise, algumas organizações vão se beneficiar durante essa fase. Isso é inevitável. Empresas focadas no mercado de e-commerce como, por exemplo, lojas virtuais, supermercados, plataformas de cursos ou delivery de comida, tendem a ser as menos afetadas. Agora, esse tipo de negócio experimentará o ápice dos resultados.

Apesar do vai e vem econômico nos últimos dias, é necessário que tenhamos calma e planejamento. Vejo que a crise atual é ainda mais desafiadora, e o mundo, particularmente o Brasil, tem menos instrumentos para enfrenta-la. Diferentemente do cenário que tínhamos em 2008, com a crise do subprime, por exemplo. O futuro é bastante incerto, será preciso cautela para reaquecer o sistema. Mais uma vez.