O escritor Cadinho Faria presta homenagem ao grande jornalista Miguel Santiago e conta com a nossa coluna: "Cristóvão Colombo descobriu a América. Miguel Santiago descobriu o América. Essa pequena mudança de artigo mudou o gênero da história de cada um. A de Colombo está nos livros de história Universal. A de Miguel já andou em colunas do jornal "Diário da Tarde" e hoje mora em conversas à mesa de um boteco...".
Com a descoberta...
"... da América por Colombo, os nativos perderam a sua independência. Já Miguel Santiago, conheceu o Independência ao descobrir o América.
Foi no estádio Independência que Miguel assistiu a clássicos inesquecíveis entre o recémdescoberto América e o Atlético, que representavam as duas maiores forças do futebol mineiro. Eu disse, representavam, porque o Galo já caiu pra segunda divisão e o América está na terceira...
Colombo em suas viagens...
... marítimas se guiava pelas estrelas. Entre elas as constelação do Cruzeiro do Sul. Já há alguns anos o Cruzeiro vem guiando o futebol mineiro no caminho dos títulos. Coisa que o América de Miguel não vê faz tempo.
Tirando dois títulos regionais, em 30 anos o América está longe de ser o grande time que Miguel Santiago descobriu. Perdeu o rumo feito muitas naus espanholas, portuguesas e inglesas, vítimas de grandes tempestades e maus timoneiros...
Descobrir o América...
... portanto, não fez de Miguel um homem rico e feliz. A única descoberta que amenizou a vida de Miguel foi ele ter descoberto a Antártica, que para alguns desinformados leitores de sua ex-coluna, é a marca do seu guaraná costumeiro.
Desde quando Miguel deixou de trabalhar diariamente a sua coluna, que ele vem sentindo dores nela. Evidentemente trata-se de um caso de sedentarismo postural e literário. Só o "halterocopismo" não vai melhorar essas dores na coluna....
Como grande descobridor...
... que é, aconselho ao Miguel que descubra a Internet e crie seu blogger. Quem sabe ele possa, navegando por esses novos mares, descobrir novos amigos, novos horizontes.
Vai Miguel, ser o Colombo do novo mundo, dos internautas. Barco ancorado só estraga. Como diz o meu ditado predileto: "É de cadinho em cadinho que se erguem os grandes monumentos. Do seu grande admirador, Cadinho Faria."
Não estão nem aí
Muitos mineiros não aceitam calados a ditadura da imprensa do trecho RJ-SP e reagem como podem. O velho guerreiro, jornalista José Maria Rabelo, incansável na defesa dos interesses do nosso Estado e do país, voltou à sua trincheira mês passado, agora na seara futebolística.
Inconformado com o tratamento desigual dado pelo jornal "Folha de S. Paulo", ao Atlético, recorreu ao ouvidor do diário paulista e mandou a carta, que segue, na íntegra: "Prezado Marcelo Beraba: parabéns pela sua coluna de domingo último, com relação à atitude desrespeitosa da "Folha" diante do Atlético Mineiro e da conquista do campeonato da segunda divisão, além da volta à primeira divisão...
Mas é pura perda de tempo...
... como vimos já na edição de segunda-feira, sem uma nota sequer das comemorações atleticanas (76 mil pessoas, recorde absoluto nas três séries da disputa, reunidas em dois estádios, o Mineirão e o Independência, fato inédito no Brasil), contra 46 mil no jogo comemorativo do São Paulo.
Tem gente na "Folha" que não se curva a nenhuma crítica, por mais fundamentada que seja. O editor de esporte demonstrou isso claramente, na resposta às considerações do ombudsman...
De maneira cínica e debochada...
... compara o terceiro lugar num concurso de hipismo, do qual nem se lembra o nome, ao título de vencedor de um Campeonato Nacional. É claro que se trata da segunda divisão, o que não lhe tira o valor, tanto que, no caso do Palmeiras, quando voltou à primeira divisão (como o Atlético, agora), o jornal deu a maior cobertura, aliás, muito justa...
Ninguém estava esperando...
... um pôster do Atlético, como alega o editor, uma vez mais de forma zombeteira, mas um registro decente e jornalisticamente correto do fato, a exemplo do que fez quase toda a imprensa, mesmo fora de Minas, a começar pelo "Jornal Nacional", da Globo...
A questão do bairrismo...
... do noticiário esportivo é uma praga, de que ninguém escapa, inclusive a imprensa mineira, o colega tem razão. A "Folha", no entanto, que se proclama "um jornal a serviço do Brasil", deveria maneirar essas manifestações provincianas.
Nós, leitores fora de São Paulo, já não aguentamos mais a ladainha sobre as brigas e futricas entre os dirigentes paulistas. Chega das trapalhadas de Dualibs e cia, dos negócios (ou negociatas") do Corinthians com a MSI, das divergências do São Paulo com a Federação Paulista...
Se isso interessa...
... ao leitor daí, que saia nas edições locais e dê lugar, na edição nacional, a matérias que possam ser de interesse mais geral. Confesso que estou deixando de ler a seção esportiva da "Folha", que já foi uma das melhores da imprensa brasileira, pela sua atual irrelevância para o resto do país. Sei que o senhor editor de esporte vai dizer que isso não têm a mínima significação, nem deve ser levado em conta. Mas não importa; fica aí o desabafo. Parabéns novamente pelas suas lúcidas observações. Saudações especiais. José Maria Rabelo, jornalista."
E-mail: chicomaia@otempo.com.br