DOLCE VITA

O país do Carnaval

Nunca na história deste país o Carnaval começou tão cedo

Por Da Redação
Publicado em 03 de março de 2019 | 03:00
 
 
A estonteante Grazi Massafera Fábio Bartelt/divulgação

O país do Carnaval

Nunca na história deste país o Carnaval começou tão cedo. Carnaval com “c” de “catarse”. Muita gente contra, e muita gente na folia. Como sempre, alguns sugeriram cancelar o Carnaval no Estado de Brumadinho e outros crimes de mortos sem sepultura. Comemorar durante o luto? É de cada um. Cancelar o Carnaval vai consertar o estrago, aliviar? Claro que não.

O Carnaval do país

Então, como sempre, de novo, quem gosta vai pular e dançar sem moderação. Excessos também estão em pauta. O Carnaval aqui é diferente de todos mundo afora. É uma religião. É pau, é pedra, é o fim do caminho. É o ópio e o pio do povo. E a praça Castro Alves continua.

O Carnaval de papel

Continua sendo do povo como o céu é do avião. Não adianta afogar as mágoas porque elas aprenderam a nadar. O Carnaval é, ao mesmo tempo, uma loucura e um descanso na loucura. Não à toa, os antigos romanos festejavam, gritando: “Uma vez por ano é permitido enlouquecer”.

O Carnaval de plástico

Diversão para muitos. Retiro espiritual para os outros. Sem filosofia, o lado prático do Carnaval: turismo, emprego e dinheiro. Isso numa BH que passa o resto do ano triste, vazia e esperando um Godot que nunca chega. No lado engraçado e criativo, as máscaras do ano. Nas bancas de revista, pode-se comprar um kit com três máscaras de papel, com os rostos de Bolsonaro, Moro e Fábio Assunção. No sábado, dia 16, um gaiato foi dar seu grito de Carnaval, na Savassi, com a máscara de Bolsonaro. Tadinho!

O Carnaval de órfãos

Nosso amigo cidadão com a máscara de Jair Bolsonaro pensou que seria apenas mais um na multidão, como acontecia com a máscara do Lula, de sinistra memória. Mas, não, estava sozinho em um antro de órfãos petistas. Sem violência e na brincadeira, foi até vaiado e xingado. Estranho país. Em outros Carnavais, nunca hostilizaram quem portava máscara de bandidos como Lula, Dilma etc.

Pérolas da terra

A trufa – uma das iguarias mais raras, logo, caras, cobiçadas e perseguidas, literalmente caçadas para a mais fina gastronomia – vem direto da região de Nórcia, na Itália. Assim, os tartufos estão em receitas especiais no restaurante Gero, do hotel Fasano Belo Horizonte. A aguardada temporada no Gero está com um menu especial no qual esse precioso ingrediente é o protagonista.

Pérolas do paladar

Está em pratos como carpaccio de carne com lascas de grana padano, tostino de pão com gema de ovo e manteiga, cabelinho de anjo na manteiga, fettuccine na manteiga, tartar de carne e costeleta de cordeiro. A iguaria condimenta molhos e está presente in natura em pequenas tiras raladas. As trufas negras são apreciadas nas cozinhas do mundo todo.

Pérolas em pétalas

Com uma qualidade excepcional, são verdadeiros presentes da natureza, com sabores e aromas únicos que agradam aos paladares mais exigentes. A colheita do tartufo nero acontece entre janeiro e março, na estação fria europeia. De lá, eles embarcam para o Brasil com destino aos restaurantes do Grupo Fasano. A temporada tem tempo limitado, claro.

Nomes da hora

Enzo Gabriel e Maria Eduarda são os nomes preferidos pelos brasileiros, segundo ranking da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen). Os escolhidos em 2017, Miguel e Alice, continuam populares, mas caíram no ranking. Miguel foi para o segundo lugar, enquanto Alice ficou em terceiro, atrás também de Maria Clara. Ainda segundo a Arpen, 28,3% do total dos nomes escolhidos pelos brasileiros são compostos. Há, por exemplo, variações compostas para Maria, Pedro, Ana, para Enzo e para João.

Lança-perfume

E como é Carnaval: Hoje, Praia Insana. Pelo quarto ano, o Bloco da Insanidade invade as ruas de BH.

Parte às 15h, da praça da Bandeira, Sion, até o mercado Distrital do Cruzeiro. E, às 19h, com a banda Lurex, Bandasa, Motocas e os Acelerados, mais Daparte, Nabor Antunes, Diego Bronnco Billy, Pedro Lucca e Tulio Ferrola.

Dias 3, 4 e 5 de março, as Matinês, das 16h às 20h, no Salão de Festas do Minas Tênis 2. O desfile Samba Queixinho 10 anos – O Corpo na Rua é um espetáculo sonoro, corporal e visual. Dia 3 março, às 14h30. O Samba Queixinho é um desfile em homenagem ao Grupo Corpo. Avenida Bandeirantes, Mangabeiras.

Doze bandas e blocos, bailinhos kids; “esquenta” com o pop rock de Pedro Lucca, entre outras atrações. É o Folia no Vila, único evento carnavalesco de quatro dias no Vila da Serra. Até dia 5 de março, das 19h às 21h, ruas Jatobá e Hibisco, atrás do edifício Concórdia. Gente bonita, blocos tradicionais, segurança, gastronomia e bandas do porte de Juventude Bronzeada, Pacato Cidadão, Havayanas Usadas, Belorinho, Buteco Coletivo e o bloco Putz Grila em folia civilizada.

E como é Carnaval, palhaçadas irônicas. Faz sucesso, de novo, aquela piada séria, ridicularizando o ridículo politicamente correto. Carnaval 2019! Marchinhas que estão canceladas seguidas pelos motivos. “Me Dá um Dinheiro Aí”, apologia ao assalto e propinas. “O Teu Cabelo Não Nega”, racismo; “Cabeleira do Zezé”, homofobia; “Você Pensa que Cachaça É Água”, protesto dos Alcoólicos Anônimos; “Bandeira Branca” porque incita o tráfico de drogas.

“Máscara Negra”, incitação à violência dos Black Blocks; “Vou Beijar-te Agora”, assédio sexual, “A Turma Só me Chama de Palhaço”, puro bullying. “Você Tem que me Dar Seu Coração”, feminicídio; “Maria Sapatão”, ofensa às lésbicas; “Índio Quer Apito, Se Não Der, Pau Vai Comer”, genocídio e racismo com extorsão. “Cidade Maravilhosa”, gozação podendo chegar a calúnia.