Editorial

Alicerce da retomada

Sinais positivos da construção civil e reforma tributária

Por Da Redação
Publicado em 27 de julho de 2020 | 03:00
 
 

Apesar da longa retração, alguns sinais positivos começam a aparecer na economia. Um estudo da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) divulgado no fim da semana passada mostrava confiança dos empresários da construção civil em relação às atividades nos próximos seis meses.

O setor, que é responsável por quase um terço da atividade industrial brasileira, tem mostrado resiliência na crise da pandemia. No fim de maio, o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon) revelou que sete em cada dez empresas mineiras continuavam a operar com pelo menos 50% de sua capacidade, o que foi motivo de alento para os cerca de 40 mil trabalhadores que direta ou indiretamente dependem do setor.

Contudo, o estudo da CNI mostra que entraves históricos ainda estão no caminho dos novos investimentos. Pouco atrás da falta de demanda por causa do isolamento social estão a elevada carga tributária e o excesso de burocracia. Trata-se de um mal que consome 33,17% do Produto Interno Bruto e mais de 150 dias de trabalho para serem quitados a cada ano. No caso das empresas de construção, PIS, Cofins, IRPJ e CSLL corroem até 9,25% das receitas e 34% do lucro, dependendo do regime tributário adotado.

É um peso difícil de se carregar quando há tanta necessidade de investimento. Segundo cálculos da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, de cada R$ 1 milhão investido no segmento, até R$ 700 mil retornam em crescimento do PIB – dinheiro absolutamente necessário quando se espera que a economia encolha no mínimo 5% neste ano.

Por isso, é preciso levar a sério a reforma tributária e fazê-la avançar em direção à simplificação. Senão, o atual sinal de otimismo nunca chegará a se tornar alicerce do crescimento do país.