Editorial

Corte de verba na educação atinge Enem e ensino básico

Como se não bastassem os escândalos de corrupção, área sofre também com o corte de verbas

Por O Tempo
Publicado em 25 de junho de 2022 | 03:00
 
 

Como se não bastassem os escândalos de corrupção, a educação sofre também com o corte de verbas. A redução no Orçamento atinge o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e a educação básica, principalmente em infraestrutura.

A perda de recursos pelo Ministério da Educação chega a R$ 3,6 bilhões, após ajuste orçamentário realizado em maio. Os dados foram levantados pela ONG Todos pela Educação. 

É mais um golpe no Enem, a grande porta de entrada para o ensino superior. Apesar dos cortes, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) garantiu a realização da prova e disse que otimizou recursos para compensar as perdas.

Fato é que a prova vem apresentando problemas nos últimos anos, e o desafio em 2022 será ainda maior. O número de inscritos aumentou 11% em relação ao ano passado, passando de 3.040.908 para 3.396.597.

Os estudantes que estão começando a vida escolar também serão atingidos pela redução de recursos. A pandemia da Covid-19 deixou clara a ausência de infraestrutura adequada para oferecer ao aluno de escola pública um ensino alinhado com as necessidades contemporâneas.

Esse cenário tende a piorar, uma vez que 49% da verba (ou R$ 67,8 milhões) que seria destinada à compra de equipamentos e mobiliários foi bloqueada.

O ensino profissionalizante também não ficou ilesa e teve um corte de 11% na verba inicialmente prevista para este ano. 

A redução no Orçamento torna praticamente impossível a aplicação de políticas públicas em um país com grande dimensão territorial e particularidades regionais.

Também mostra que a educação está longe de ser tratada como prioridade. A área tem sido constantemente soterrada por interesses eleitoreiros imediatos.