Há um sentimento de recuperação econômica no país e que deve se refletir no mercado de trabalho. O Indicador de Antecedente de Emprego (INAEmp), medido pela Fundação Getulio Vargas e que mostra a tendência dos diversos setores de criar novas vagas, subiu em maio, atingindo 83,4 pontos em 100, retornando ao patamar de antes da segunda onda da Covid-19.

Para os economistas da FGV, essa tendência reflete a flexibilização das medidas de restrição ao comércio e os avanços da vacinação. No primeiro caso, a chegada do Dia dos Namorados deve gerar cerca de R$ 1,8 bilhão em vendas (descontada a inflação), segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Isso, depois de o Dia das Mães ter movimentado cerca de R$ 12 bilhões em negócios. Na vacinação, um em cada dez brasileiros já está imunizado com duas doses, e, em vários Estados, a campanha avança para a faixa etária inferior a 60 anos.

Esse cenário incentivou 880 mil brasileiros a voltarem a procurar vagas no mercado de trabalho no primeiro trimestre, segundo os dados do IBGE. Mas, para acolher 14,7 milhões de desempregados, ainda é preciso incentivo. O setor de serviços, um dos mais afetados pela crise da Covid-19, apesar de crescer 0,7% em abril, está com nível de atividade 40% abaixo do patamar pré-pandemia. A indústria, apesar de melhor, está 1% aquém da produção de fevereiro de 2020, e somente o varejo conseguiu avançar um pouco (0,9% sobre o pré-pandemia).

Além de crédito acessível e uma inflação sob controle, o setor produtivo e os consumidores precisam de segurança sanitária. Algo que virá com critérios justos para distribuição de vacinas onde elas são mais necessárias e o cuidado permanente de todos com a prevenção ao contágio.