Se você é médico e prescreve FLUOXETINA (nome genérico do PROZAC) é hora de rever seus conceitos!!! Uma série de estudos tem sido publicada mostrando a frustração com os resultados decepcionantes com os chamados antidepressivos de 2ª geração, "modernos" (inibidores seletivos da recaptação de serotonina). Lançado com pompa e circunstância, o PROZAC chegou a ser intitulado a "pílula da felicidade". Muito marketing, bilhões de dólares e duas décadas depois, banalizado e usado aleatoriamente, manipulados (os de pior desempenho nas pesquisas), genéricos ou o original, mostrou-se com efeito positivo em pouco mais de 40% dos casos em estudos de longa duração e acompanhamento! Ora, placebos (remédios de farinha de trigo ou outras substâncias inócuas sem o princípio químico verdadeiro) chegaram a apresentar eficácia próximo a 30% dos casos de depressão, fobias, pânicos, entre outros. É o fim do mundo!!!
Remédios cada vez mais caros e menos eficientes (Efexor, Cymbalta, Stablon, Pondera são outros exemplos de baixa performance) inundam o comércio os consultórios e os pacientes na sua maioria decepcionados com tanto gasto, e nenhum efeito positivo. Não raro abandonam o tratamento, têm descrença nos médicos e suas prescrições, sofrem com a "dor na alma", padecem no trabalho, família e, infelizmente, em casos extremos suicidam! Erro de laboratório? Excesso de propaganda? Ineficiência dos médicos? Bem, há "pitadas" de muitos temperos para um resultado tão amargo, salgado, azedo.
Primeiro saibam que os maiores sucessos de remédio eram frutos do acaso, de médicos, químicos, pesquisadores sábios e observadores. Assim aconteceu com a PENICILINA, que revolucionou o tratamento de inúmeras doenças fatais causadas por bactérias - ao pingar numa colônia de bactérias num laboratório "matou" os microorganismos. Assim foi com os antidepressivos clássicos, tricíclicos (erradamente abandonados por serem "velhos e superados) que foram "descobertos" quando dos primeiros tratamentos para tuberculose onde três substâncias eram usadas e médicos observavam a melhora da tuberculose e "melhora do humor, da vitalidade dos tuberculosos"; um dia veio o IMIPRAMINA - Tofranil com elevado grau de eficácia, e depois a Clomipramina - Anafranil, o campeão absoluto de eficiência (70% a 80% em depressão, pânico, fobia, transtorno obsessivo - compulsivo, dor crônica, hiperatividade infantil... O resto é lenda, propaganda enganosa, muito representante de laboratório "fazendo a cabeça" de estressados médicos sem tempo nem para estudar e observar seus pacientes. Afinal, medicina não é profissão. É arte, vocação! Um bom médico é um atento ouvinte, um curioso "perguntador", uma pessoa acolhedora que necessita um mínimo de 40-60 minutos para cada consulta. Um alquimista que percebe que cada cliente tem sua dosagem, associação de medicamentos e distintas respostas.
Um médico talentoso se interessa não pelo sintoma e sim pelo ser humano que tem aquele sintoma (sua história de vida, a história familiar, seu temperamento, estilo de vida, sua família, as pressões de trabalho, a relação do corpo, do cérebro, da mente e alma). Ufa! Isso é para 40% dos verdadeiros médicos que amam o que fazem. Pedem pouco e apropriados EXAMES COMPLEMENTARES!!! Explicam em linguagem própria suas hipóteses, com clareza o tratamento, a expectativa de evolução. Mas, principalmente, acolhem seus pacientes, trocam de lugar com eles para entender o sofrimento físico e/ou psíquico e/ou espiritual. Afinal, em medicina o que é COMUM é comuníssimo, o que é RARO é raríssimo. Procurar o raríssimo no comuníssimo é pedir muito exame, complicar o diagnóstico, levar insatisfação ao cliente cada vez mais cético.
Vale então a máxima: "Remédio (como tudo na vida) é um bálsamo quando bem prescrito e bem usado pelo cliente, MAS UM VENENO, quando mal indicado ou mal usado pelo paciente"! Com a palavra, vocês...
Faça contato pelo blog www.eduardoandradeaquino.blogspot.com e também no Twitter: www.twitter.com/eduardoaaquino. Aos que quiserem ser parceiros peço que leiam meu livro "Bem-Vindo a Vida, lançado pela Editora Sextante, sublinhando conceitos que julgarem relevantes. Este é o livro básico que, em forma de romance, apresento minha visão do mundo.