Esportivamente

Daniel Ottoni é repórter de esportes especializados do jornal O Tempo, do portal Super.FC e da rádio Super. Com experiência de cobertura em Copa do Mundo, Olimpíada e Mundiais de vôlei, tem uma predileção por bastidores e lado B. Por aqui, espaço para os esportes que têm uma religião chamada futebol como concorrente em muitos momentos.

Entrevista

Ex 'quase jogador' de futebol será um dos símbolos da Meia Maratona do Rio

Publicado em: Seg, 18/10/21 - 17h25
O canal 'Correndo Mais' conta com 3,6 mil inscritos, além de 12 mil seguidores no Instagram | Foto: Divulgação

A Meia Maratona do Rio, que vai acontecer nos dias 14 e 15 de novembro, será um dos símbolos de página virada após o coronavírus trazer tantas limitações na vida pessoal e profissional. O evento será a primeira corrida de rua de grande porte a ser realizado no país, para deixar claro que a vitória sobre a Covid-19 está muito próxima. 

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Nesta conversa com a coluna Esportivamente, o mineiro Tobias Lima vai ter a chance de marcar mais um recomeço na sua trajetória. Foi em um momento de frustração com a corrida que ele teve a ideia de começar a gravar vídeos, que se transformaram no canal 'Correndo Mais' no Youtube. A decepção consigo mesmo se transformou em recuperação para seguir adiante, sem desistir. A ideia é orientar e dar dicas para quem tem a corrida como um hobbie e incentivar novos praticantes. 

O também fisioterapeuta lembra que a Meia Maratona do Rio deve ser muito mais um objeto de celebração do que de competição. "Não se cobrem, não é hora disso. Temos que agradecer muito a Deus por estarmos correndo e com saúde", conta.

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Por qual time de futebol você quase se profissionalizou? Por que ficou no quase?

Joguei na base do Volta Redonda, era centroavante. Desde quando eu jogava por outras equipes, via algumas coisas pelos bastidores do futebol que me desanimavam muito. Coloquei na balança algo e vi que, com o estudo, eu poderia dar certo pelo resto da vida. Não me arrependo. Hoje me sinto realizado sendo fisioterapeuta. 

Como a corrida apareceu na sua vida? 

Um amigo me chamou para ajudá-lo em uma organização de prova, foi aí meu primeiro contato. Lembro-me muito bem até hoje. Estava com uma blusa amarela de algodão, bermuda , tênis de sair, meião de jogar futebol e uma mochila de hidratação . A combinação perfeita de quem não sabia nada sobre o esporte (risos). 

Como surgiu a ideia do canal do YT? 

Em um dos meus treinos, desabei no asfalto em choro e negação. Era um treino de 24km. No km11, desabei. Comecei a me xingar e a falar e pensar um monte de bobagem. Pensei no que eu estava fazendo ali. Peguei o celular e comecei a desabafar, fiquei andando e falando enquanto corria. Quando percebi, tinha terminado o treino. Percebi que tinha dado certo e fiz isso mais vezes. Coloquei os 20 vídeos pré primeira maratona do Rio no Youtube. Nas mensagens, vi o quanto aquele incentivo foi importante para as pessoas que tinham o sonho de fazer uma maratona também. 

Qual foi a última corrida que participou? 

Participei de um circuito de corridas da região sul fluminense, foram 6km apenas. Mas ainda estamos pegando o ritmo novamente. Respeitar meu corpo é uma regra que jamais vou quebrar como corredor e fisioterapeuta. Respeito isso ao máximo.
 
Conseguiu treinar normalmente na pandemia? 

Não como antes. O início foi conturbado, tinha medo, apreensão e o mais importante: respeito as pessoas.  Eu não poderia me expor nem colocar minha família e amigos próximos em risco. Por mais que fizéssemos treinos em casa, não era a mesma coisa. Eu estava na Europa quando tudo começou,  peguei o vírus e hoje tenho a certeza que fiz o certo ao me afastar. 

Como a pandemia afetou seus treinos e seu canal?

Afetou em tudo. Sem treinos, sem conteúdo. Mas resolvi fazer conteúdos educativos. Agora vamos começar algo mais profissional no canal e estamos preparando material, algo voltado para fisioterapia preventiva, vai agregar muito a todos. 
 
Quais dicas importantes para os corredores da prova após quase dois anos sem eventos oficiais? 

O mais importante é que todos se divirtam. Não se cobre, não é a hora disso, é hora da gente comemorar correndo e agradecendo muito a Deus por estarmos correndo e com saúde.

Quais seus melhores resultados até aqui? 

Nunca fui de resultados. Meu intuito sempre foi levar a corrida de uma forma leve para quem assiste, meu objetivo é incentivar, mostrar que, se eu consegui, qualquer um consegue. Basta querer. É por isso que levo minha câmera e gravo as corridas. Tem muita coisa bonita lá fora . Tenho os meus desafios, já consegui fazer 10km em 44min e consegui fazer uma meia maratona em 1h43min47s. Foi algo fantástico e especial pra mim. O famoso “eu consegui” vem lá de dentro, veio com todo orgulho do mundo. É essa a essência que busco passar pra todos.

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