Esportivamente

Daniel Ottoni é repórter de esportes especializados do jornal O Tempo, do portal Super.FC e da rádio Super. Com experiência de cobertura em Copa do Mundo, Olimpíada e Mundiais de vôlei, tem uma predileção por bastidores e lado B. Por aqui, espaço para os esportes que têm uma religião chamada futebol como concorrente em muitos momentos.

Nova rotina

Strava mostra aumento do número de ciclistas, pós pandemia, em seis capitais

Publicado em: Qui, 18/11/21 - 05h30
Trabalho da associação já revela talentos da modalidade saindo da primeira capital de Minas Gerais | Foto: Divulgação - Iron Biker

A pandemia trouxe algumas mudanças positivas que têm tudo para se tornar permanentes para muitas pessoas. Uma delas foi o maior número de ciclistas pelas cidades, que começaram a utilizar o meio de locomoção com o receio de compartilhar viagens em carros e transportes urbanos. 

Levantamento feito pelo Strava Metro, a principal plataforma global sobre deslocamento em transporte não motorizado e que faz parte do Strava, seis de sete capitais de estados brasileiros pesquisadas tiveram crescimento no número de deslocamentos feitos de bicicleta em 2021, quando comparado com 2019, ano anterior à pandemia e as medidas de isolamento social.

O Strava é a maior comunidade esportiva do mundo com mais de 90 milhões de atletas. Além de compartilhar atividades físicas, é possível registrar seus deslocamentos a pé, correndo ou de bicicleta.

O Metro agrega e contextualiza, de forma anônima, esse conjunto de dados para ajudar a tornar as cidades um lugar melhor para quem vai a pé ou de bicicleta.  Com a disponibilidade dos dados, as cidades têm nas mãos informações importantes para suas políticas de transporte.

O Strava Metro capacita os tomadores de decisões para construir cidades com infraestrutura mais inteligente e fornece informações valiosas para agregar percepções de mobilidade muitas vezes não identificadas. Isso permite um planejamento urbano mais inteligente.

O número de parceiros que usam a ferramenta para aprimorar sua infraestrutura de mobilidade urbana em todo mundo saltou de 50 para 1.575. Paris construiu 52 km de novas ciclovias durante a pandemia e ainda vai adicionar outros 130 km de novas pistas exclusivas, além de 130 mil vagas de estacionamento para bicicletas.

O Departamento de transporte de Utah, nos Estados Unidos, usou dados do Strava Metro para justificar a necessidade de uma infraestrutura de transporte mais ativa, convencendo a legislatura do estado a alocar US$ 35 milhões para o projeto. Os estados de Minnesota e Texas, no mesmo país, estão usando o Metro para desenvolver novas redes de ciclovias.

No Brasil, os dados apontaram para aumento do número de pessoas utilizando a bicicleta com regularidade. Curitiba foi a capital avaliada com o maior aumento neste cenário com crescimento de 31%. Rio de Janeiro (+25%), Porto Alegre (+24%), Brasília (+21%), Belo Horizonte (+20%) e Florianópolis (+16%) também registraram crescimento.

O Strava calcula que, somente com os deslocamentos de bicicleta contabilizados nas sete cidades avaliadas, os brasileiros estão salvando ou economizando cerca de 20% a mais de CO2 em relação a 2019 e cerca de 30% a mais do que no ano passado. Números que provam que os deslocamentos não motorizados podem ajudar e muito no futuro do planeta.
 

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