Frederico Jota

Editor de Esportes do jornal O TEMPO e coordenador de Esportes na FM O Tempo

Foco em copas e turbulência fora do campo contribuíram para a queda

Publicado em: Seg, 09/12/19 - 03h00

Uma queda é moldada por diversos fatores, e, normalmente, eles estão no início de uma campanha - e não no fim. O foco do Cruzeiro em copas nos últimos dois anos, justificado pelas duas conquistas da Copa do Brasil, mascarou um erro grave, que era abrir mão do campeonato mais importante do país. Ser eliminado de uma copa não é nada bom, mas não pontuar no Campeonato Brasileiro e correr risco de rebaixamento é pior ainda. As campanhas discretas no Brasileirão, no final das contas, longe do título, acabaram não incomodando, mesmo levando em conta que o clube tinha um dos melhores elencos do país e poderia brigar por algo maior. Em 2019, todos seguiram a crença de que bastava querer que os pontos no Brasileiro seriam recuperados. O que virou uma ilusão, que passa por várias questões, entre elas, a aposta em um elenco envelhecido. De qualidade, mas envelhecido. Os astros do hexa da Copa do Brasil não resolveram em campo neste ano. A turbulência fora do gramado teve efeitos que refletiram no desempenho. Salários atrasados, endividamento, mudanças no comando do clube e uma incrível marca de quatro treinadores no ano são reflexos que ficaram nítidos. O clube precisa se reinventar para se recuperar. O ano de 2019 expôs tudo o que de errado poderia ser feito. O Cruzeiro vai ter que recomeçar do zero.

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