Jose Reis Chaves

José Reis Chaves é teósofo e biblista e escreve às segundas-feiras

Por que Jesus é Deus relativo e não absoluto igual a Deus pai?

Publicado em: Seg, 07/01/19 - 02h00

Jesus é um ser humano tão especial, que os primeiros teólogos cristãos até o consideraram um homem-Deus. Aliás, na região Atlântico-Mediterrânea, na Antiguidade e no início do cristianismo, era comum pessoas muito famosas e personalidades mitológicas ganharem o título de deuses. Mas entendamos esses deuses (João 10: 34 e 35), que não podem ser confundidos com o Deus Pai único e absoluto do monoteísmo bíblico-islâmico.

Respeitamos o dogma da Santíssima Trindade criado pelos teólogos, mas somente consideramos o Deus Pai da Primeira Pessoa Trinitária como o único Deus absoluto verdadeiro, Criador incriado, e que é também chamado na Bíblia de Espírito Santo de Deus ou Santo Espírito. Os teólogos dizem que as Pessoas é que são três, mas Deus é um só. Na prática, porém, eles se contradizem e dizem que se trata de mistério de Deus, quando é deles!

O Espírito Santo da Terceira Pessoa Trinitária, pelo ensino de são Paulo é o espírito santo de cada um de nós que é chamado também de centelha divina e que habita nosso corpo nas nossas vidas terrenas (1 Coríntios 6: 19) e que quando não está encarnado, está na dimensão espiritual.

Deixemos que a Bíblia fale por nós, mostrando-nos que Jesus, realmente, não é todo-poderoso ou onipotente como o é o Deus Pai, absoluto e único, enquanto que Jesus é também Deus, mas relativo. E isso não o diminui em nada, pois, como Ele mesmo ensinou, Ele é Deus Filho, enquanto que o Deus mesmo é o Deus Pai. E Jesus é também Filho do Homem, exatamente porque Ele é um ser da espécie humana. E todos nós somos também deuses relativos (João 10: 34 e 35).

E vamos, agora, como foi prometido, ver que a própria Bíblia nos fala sobre o fato de que Jesus não é mesmo Deus absoluto, único e onipotente como o é o Deus Pai.

“Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão somente o Pai” (são Mateus 24: 36). Se Jesus fosse também Deus absoluto, onipotente e onisciente tal qual o Pai, Ele saberia também quando ocorrerá aquele dia e qual a hora.

“Certo homem de posição perguntou-lhe: Bom Mestre, que eu farei para herdar a vida eterna? Respondeu Jesus: Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão um só, que é Deus” (são Lucas 18: 18 e 19). Jesus, com sua resposta, foi taxativo dizendo que Deus é um só mostrando-nos que Ele é realmente um homem, ou seja, o Filho do Homem. Mais tarde, no Concílio Ecumênico de Niceia em 325, os teólogos é que declararam que Jesus Cristo é também Deus tão todo-poderoso como o é o Deus Pai. E aqui perguntamos: ao ensino de quem devemos dar crédito, ao de Jesus Cristo ou ao dos teólogos? É claro que aceitamos o ensino evangélico de Jesus como sendo o verdadeiro e não o dos teólogos, apesar de respeitarmos os que consideram que os teólogos sabem mais do que o maior de todos os Mestres que surgiram no nosso planeta Terra!

“Porque há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1 Timóteo 2: 5). São Paulo não é infalível. Somente Deus o é. Mas diz grandes verdades. E nessa acertou de cheio, mostrando-nos, com uma clareza meridiana, que Jesus é um Deus relativo como todos nós o somos (João 10: 34 e 35), mas jamais outro Deus Pai único, absoluto e verdadeiro do monoteísmo bíblico-islâmico!

 

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