Kênio Pereira

WhatsApp gera transtornos se usado em excesso

Mensagens devem ser elaboradas com cuidado

Por Da Redação
Publicado em 07 de março de 2024 | 07:00
 
 
Leia artigo de Kênio Pereira sobre os cuidados necessários com o uso do WhatsApp na comunicação Foto: Ilustração O TEMPO

A utilização exagerada do WhatsApp motivada pela sensação de urgência e falta de reflexão tem acarretado ansiedade, confusão entre familiares, amigos, clientes e nos negócios. Muitos que enviam mensagens imaginam que o receptor está à disposição dele, que não tem outras ocupações e que ele é capaz de decifrar frases curtas e mal-elaboradas, símbolos e emojis, ficando irritado ao não ser respondido com rapidez.  

Nas relações comerciais, sua utilização exige maior cuidado, pois a comunicação equivocada acarreta perdas que geralmente são difíceis de a direção da empresa perceber. 

O WhatsApp é uma ferramenta maravilhosa, que ajuda na maioria das profissões, mas que gera problemas em algumas relações. Há pessoas que têm receio de enviar áudios por saberem que algumas são impacientes para ouvir, não abrem ou, se a mensagem tiver mais de um minuto de duração, acham excessivo, sendo que o áudio tem o benefício de passar as emoções. 

Quanto às mensagens digitadas, há prejuízos com a utilização do português pobre, por focar uma comunicação rápida, e a dificuldade de interpretar. Entretanto, é possível passar a emoção num texto bem-escrito, mas, se for longo, ele é visto com reservas. 

Constata-se que essa ferramenta virtual é, às vezes, usada para esconder a timidez, encurtar caminhos e, assim, acaba por deteriorar relações, sendo importantes os contatos pessoais, bem como a ligação telefônica, para tratar assuntos mais relevantes. Por outro lado, o atendimento online facilita os contatos com quem está distante, agiliza soluções, o que é muito bom, desde que utilizado de forma racional. 

Nos atendimentos médicos ou psicológicos, a falta de contato pessoal pode gerar maior dificuldade para o profissional compreender o paciente, deixando de ser observados os trejeitos, o comportamento dele. Na medicina a consulta por meio de mensagens digitadas traz perda grande no diagnóstico e, consequentemente, no tratamento, pois só o tom da voz já dá uma ideia do grau de urgência, sendo tal prejuízo sentido em outras atividades, como na advocacia. Nas conversas presenciais, percebemos dados ocultados. 

A praticidade do WhatsApp tem distanciado as pessoas ao dar uma falsa ideia de suprir o encontro presencial, além de gerar em alguns um sentimento de rejeição ou raiva por não conseguirem obter uma resposta, mesmo que esta não seja importante. 

É ignorado que as pessoas estão sobrecarregadas por receberem centenas de mensagens e, assim, não conseguem respondê-las, ou que, apesar de desejar responder, ao deixarem para depois, esquecem. 

Ficar o tempo todo checando mensagens no celular é desgastante, sendo que o ideal é reservarmos alguns momentos sem contato com o celular, para evitarmos a perda de concentração, que é fundamental para nossa qualidade de vida.  

A conversa “olho no olho” é importante para o esclarecimento de dúvidas, sendo que a troca de ideias sobre questões relevantes melhora e aprofunda as relações, e isso não pode ser substituído pelas mensagens, que contribuem para a superficialidade dos contatos.