O TEMPO

Entre a estratégia e a cultura organizacional

Conceitos são convergentes no ambiente empresarial

Por Da Redação
Publicado em 30 de março de 2019 | 03:00
 
 
Divulgação

A estratégia e a cultura são dois conceitos que andam, lado a lado, no ambiente empresarial e são, constantemente, alvos de estudos de especialistas. A primeira pode ser definida como o posicionamento que uma empresa escolhe adotar para atuar no mercado, incluindo seus diferenciais e o jeito de fazer negócios. Já o segundo reúne os principais valores, costumes e o “espírito” da organização, percebido no dia a dia, na relação entre os colaboradores e na forma como eles enxergam o lugar onde trabalham.

Apesar de esses conceitos falarem para públicos, em princípio, diferentes, eles precisam se completar para que a organização tenha sucesso em ambos os lados. Na prática, essa junção quer dizer que a companhia consegue espelhar no mercado aquilo que prega internamente, e vice-versa, de maneira positiva.

Um exemplo disso são o Post-It e o Filme Ótico Multicamadas, duas referências em inovação da 3M Company, multinacional norte-americana de tecnologia, que atua em várias áreas. Esses dois produtos foram desenvolvidos, espontaneamente, por seus colaboradores, durante um período livre, que a própria companhia concede. Por meio da criação do Programa 15%, originalmente denominado “Bootlegging Policy”, a 3M permite que os funcionários dediquem 15% do seu tempo de trabalho a projetos pessoais. E foi justamente entre essas horas vagas que os produtos foram desenvolvidos.

O lema da 3M é que a ciência só é ciência se ajudar a aprimorar o mundo, uma das estratégias da marca. Além disso, a empresa promove uma cultura organizacional que estimula a criatividade, a satisfação e, logo, a motivação dos colaboradores, além do desenvolvimento interno deles. Com isso, tem alcançado o equilíbrio entre a estratégia do negócio e a cultura organizacional.

Mas alcançar esse equilíbrio é um desafio. Isso porque o primeiro passo para se chegar a essa harmonia é entender que ambos os pontos são fundamentais, e não um mais importante que o outro. Peter Drucker, referência nos estudos entre as relações humanas e a administração, dizia que “a cultura come a estratégia no café da manhã”, e essa metáfora diz muito sobre o modo como as empresas devem considerar a cultura organizacional.

Por se tratar de um tema que envolve aspectos subjetivos e ligados ao envolvimento das pessoas e suas crenças, a cultura organizacional não diz respeito apenas à visão, missão e valores fixados na parede da empresa. A estratégia, orientada para aspectos externos, como, por exemplo, o aumento das vendas e da fatia de mercado, só alcançará resultados caso esteja alinhada com a cultura organizacional; afinal, são as pessoas que as tornam possíveis na prática.

Ao mesmo tempo, uma cultura organizacional bem-alinhada, voltada para o bem-estar e a satisfação dos colaboradores com o clima da empresa, mas sozinha, sem uma estratégia de mercado bem-estruturada e planejada, também afeta o desempenho da empresa frente aos concorrentes.

Assim, enquanto a estratégia cumpre um papel racional e analítico sobre o mercado, suas oportunidades e desafios, a cultura organizacional representa o lado humano da instituição, pois as empresas são construídas por pessoas e para pessoas.