Meu Dinheiro

Carlos Eduardo Costa, consultor financeiro carloseduardo@harpiafinanceiro.com.br

A história se repetiu

Publicado em: Qua, 05/12/18 - 02h00

“No início deste ano, imaginei que chegaria ao final de 2018 em uma situação muito diferente da que enfrentei nos anos anteriores. A cada final de ano, as contas em atraso eram bem maiores que o meu 13º salário. Não conseguia gastar nada para presentear meus filhos. Se não fosse o programa de distribuição de presentes oferecido pela empresa onde eu trabalho, o Natal deles seria em branco. Mas, em janeiro, eu estava com as contas equilibradas. Pelo menos era o que eu acreditava, fazendo algumas contas em minha cabeça. E, a partir de março, teria uma despesa mensal a menos. A última parcela de financiamento do meu carro venceria em fevereiro. Só que esse dinheiro nunca sobrou em minha conta. E, para piorar, chegou dezembro e vejo que nada mudou. Mal recebi a primeira parcela do 13º salário e já usei para cobrir o primeiro cheque do conserto do meu carro. E a segunda parcela será para cobrir o outro cheque. O que você acha que eu fiz de errado?” (Hélio – Ouro Branco/MG)

Hélio, boa parte dos brasileiros está chegando ao final do ano insatisfeita com o resultado de sua vida financeira. Muitos estão endividados e já não conseguem pagar a maior parte de seus compromissos. Mas quase todos acreditam que, em 2019, as coisas serão diferentes.

Infelizmente, para a maioria, não será. Como eu posso ter tanta certeza? Poucos estão efetivamente dispostos a mudar seus hábitos. Pretendem ter um resultado diferente, mas agindo da forma como sempre agiram. Não querem mudanças. Na realidade, acredito que estejam esperando por um milagre.

O mesmo pode ter ocorrido com você. Manteve, ao longo deste ano, os mesmos hábitos dos anos anteriores. E, vários deles, com resultado negativo em sua vida financeira. Ao final, o resultado foi igual.

E quais seriam esses hábitos negativos? Consigo identificar pelo menos dois. O primeiro deles é não ter tido um cuidado maior com sua vida financeira. Todo o controle que você mantinha era baseado em sua memória. Você diz que fazia contas de cabeça. É preciso escapar da armadilha que o nosso cérebro nos prega. Ele nos faz acreditar que gastamos menos do que efetivamente acontece.

O orçamento doméstico é a melhor forma de desarmar essa armadilha. Nele, levantamos todos os nossos ganhos e nossos gastos. E conseguimos apurar se estamos respeitando a mais importante lei da educação financeira. Ela diz que só podemos gastar aquilo que ganhamos.

Outro hábito negativo é não dispor de uma reserva de emergência. Ela é fundamental para nos ajudar diante das surpresas que acontecem. E elas sempre acontecem. O seu carro, por exemplo, precisou de uma manutenção. E você acabou tendo de utilizar o seu 13º salário para pagar por isso.

Espero que, ao final de 2019, você esteja mais satisfeito com os resultados de sua vida financeira. Mas lembre-se de que, para tanto, novos e saudáveis hábitos devem passar a fazer parte do seu dia a dia.

Mandem dúvidas e sugestões para o e-mail carloseduardo@harpiafinanceiro.com.br.

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