Sempre sou convidado para celebrar casamentos, conduzir aquele momento de confirmação e de celebração do amor entre um casal. Tudo começou com um cliente meu que neste momento da vida dele, já haviam se casado no civil e queriam um momento de celebração que fosse conduzido por um filósofo. Aquela foi uma experiência curiosa e de memorias!
Revivi muitos momentos da minha formação como seminarista. Sim! Estudei por muitos anos em um seminário católico. La aprendi o melhor da fé, dos estudos, da disciplina e dos métodos e, como em toda instituição, o pior que do nosso humano feito em articulações, interesses, políticas e jogos de vaidade. Não perdi minha fé, remodelei-a, aprimorei e segui. Entre os parentes próximos, tive um bispo, um padre e uma freira que foram bons exemplos.
Foram muitos anos dedicado ao estudo e a convivência entre tantos que buscavam ouvir um chamado para um propósito. O chamado, como em muitas situações na vida, não vem claro, escancarado, apontando a direção por onde ir na vida. Precisamos afinar nossas percepções e sensações. Amar quem está perto para amar o que não se vê! Os sinais se confundem com ruídos.
O tal chamado, muitas vezes está imerso nos nossos próprios chamados ocultos em medos, culpas e frustações. Mas naquele tempo de estudo e orações pude acompanhar e ser, como acólito e leitor, intermediário da paz e do amor, à várias celebrações de casamentos. Ficava intrigado com tudo aquilo que acontecia: entre celebrações vazias que mostravam o poder do dinheiro em arranjos e festas, a celebrações simples que fortaleciam o amor e as crenças.
Em última experiência na condução destes relacionamentos com a fé e nossas crenças, recebi um chamado de uma noiva e um noivo. Preparei uma proposta de textos, preces e orações. Após algumas reuniões recebi um pedido que não queriam que eu falasse de Deus.
Respeite, mas aquilo me intrigou. A fé é a vibração de alguns sentimentos: o do amor, o da compaixão, da alegria, da esperança e do perdão. Cinco sentimentos que nos conectam com essa força maior que rege a vida. Os pontos se conectam sempre. Curioso foi ver a face dos dois quando em um determinado momento eu convidei a todos para ficarem de pé e assumirem suas crenças! E pedi que após cada exclamação minha dissessem: eu creio! E disparei: acreditam na força da verdade? Acreditam no amor? Acreditam na pureza? Acreditam no trabalho honesto?
Acreditam na ética? Acreditam no respeito a natureza? Acreditam na determinação? Acreditam no respeito? Na força da generosidade? Na integridade? Na justiça? Acreditam no belo? Na leveza do humor? No trabalho em equipe? No poder da humildade? Unânimes responderam: eu creio! Fico sem entender em qual Deus alguns não acreditam! Boas escolhas!
*Otávio Grossi, é filosofo, mestre em psicologia, psicopedagogo de autistas. Mentor de empresários. Escritor do livro Conquistas autenticas, da editora Candido. É colunista do jornal O TEMPO e participante do programa Interessa, nas segundas-feiras, na rádio Super FM.