Tudo tem começo, meio e fim. Desde criança temos a consciência desse ciclo, nossa vida é cheia de introduções e términos, sabemos que precisamos passar por etapas e que os pontos finais são necessários para que novas frases se iniciem.
O início de algo sempre é vivenciado com muita expectativa. Quem não se lembra do seu primeiro dia em uma nova escola? E do primeiro beijo? O primeiro emprego? Não importa o que for, uma novidade sempre traz um misto de ansiedade, esperança e receio. Dar um novo passo sempre nos traz expectativas e certo “frio na barriga”, pela caminhada em direção ao desconhecido.
Eu me lembro da minha estreia no jornal O TEMPO. Dei ao meu texto o nome de “Primeira vez”, pois ele falava exatamente sobre o início, sobre como fazer algo pela primeira vez é ao mesmo tempo arriscado e refrescante, pois, apesar de não sabermos o que está por vir, isso chacoalha a nossa rotina e faz com que nos sintamos “vivos”.
Por outro lado, o encerramento é o fim de uma fase. Imagina se o sol não se pusesse todos os dias... Não seria estranho ter um dia interminável? É importante a noite chegar para que possamos descansar e estar preparados para um novo amanhecer e tudo que ele trouxer. As despedidas não são necessariamente definitivas. Elas podem representar não um “adeus”, mas sim um “até logo”.
Mas o que não percebemos claramente é que os inícios e as conclusões estão relacionados. Sempre que terminamos uma etapa de nossa vida, já estamos vislumbrando as novas portas que se abrirão...
E assim, já pensando nos próximos caminhos, gostaria de comunicar a vocês que hoje é a despedida da minha coluna em O TEMPO. Ainda me lembro de quando fui convidada para escrever no jornal e, por mais de dois anos, deixei que vocês conhecessem um pouco mais sobre mim e o meu cotidiano. Contei sobre acontecimentos que me fizeram rir e chorar. Compartilhei com vocês um pouco da minha história. Mas agora é a hora de partir... Ficarei com saudade de abrir o jornal todos os sábados para ver a ilustração feita especialmente para o meu texto. Sentirei falta de meu pai (meu leitor mais fiel) me ligar para comentar o que escrevi. Demorarei um pouco a me acostumar a não entrar no site para ver se existe alguma mensagem para mim. Mas, como tudo na vida, sei que – assim como anos atrás, quando escrevi aqui pela primeira vez, ansiosa pelo desconhecido – mais uma vez me deparo com novas possibilidades de novas estreias que iniciarão a partir desta despedida.
Aos leitores que me acompanharam até aqui, muito obrigada. Adorei cada mensagem que recebi durante esse tempo e espero que vocês continuem lendo minhas palavras nos meus livros. Mas, como disse acima, prefiro pensar que isso não foi um adeus, e sim um até logo. Até algum dia...