A reforma da Previdência está praticamente aprovada. Falta apenas um turno de votação, que não deve causar surpresas. A previsão é que os votos sejam mantidos, pois, afinal, houve uma farta distribuição de emendas. O que se espera é que, reformada a Previdência, garantindo-se redução das despesas da União, o país comece a andar, volte a um ritmo de desenvolvimento que possa beneficiar as classes mais pobres e reduza o desemprego que vem atravancando a nação e destruindo o tecido social há algum tempo.

Mesmo a reforma tendo sido entregue pessoalmente na Câmara pelo presidente Bolsonaro, o que demonstraria seu compromisso com a proposta, a aprovação em primeiro turno, com poucas alterações, está sendo creditada à liderança do presidente Rodrigo Maia, já que os operadores políticos do governo foram incapazes de negociar com os deputados.

Rodrigo Maia soube se aproveitar do vazio de liderança e agora fala até que a Câmara vai procurar diminuir a pobreza do país, já que o governo federal ainda não apresentou nada nesse sentido. Com o sucesso das articulações e a demonstração de liderança entre os deputados, Maia já é falado como um dos nomes para a Presidência da República em 2022.

Claro que Bolsonaro já antecipou que pode ir para a reeleição e, como tem a caneta na mão, pode ser um candidato fortíssimo. Contudo, não se deve esquecer do governador de São Paulo, João Doria, que, por causa de sua administração dinâmica, vem sendo lembrado em todo o país como o candidato mais bem-preparado para se eleger em 2022.

O que tem diferenciado Doria dos demais governadores é sua postura desenvolvimentista. Enquanto os demais ficam a lamentar heranças recebidas e dificuldades a enfrentar, ele tem agido positivamente, buscando investimentos para São Paulo. Tem tido também uma intensa movimentação política em defesa das reformas, mas procura ser cauteloso. Quando provocado sobre uma possível candidatura presidencial, Doria desconversa e diz que a hora é de trabalhar e administrar, o que vem fazendo exemplarmente em São Paulo.

Trabalho e boa administração é o que se cobra dos governantes. A reforma da Previdência, ao contrário do que dizem os governistas, não é a solução de nossos problemas de maneira imediata. Não é, como tentam vender os oposicionistas, o massacre dos mais pobres, mas também não mudará o país de um dia para outro. Economizar R$ 900 bilhões apenas impedirá que o país quebre e pode até pavimentar o caminho para novos investimentos, na medida em que conseguirmos transmitir uma imagem de seriedade administrativa. Para isso, teremos que enfrentar novas reformas, a principal delas, certamente, a mudança do perfil e da cabeça de nossos dirigentes. O país não suporta mais políticos populistas, demagogos, que pensam ser possível administrar sem diálogo, apenas com as milícias das redes sociais. Ainda é tempo de mudar, seguir bons – embora poucos – exemplos.