Coluna do Sapia

A intolerância é a única certeza

Em Minas Gerais, onde ultrapassamos mil mortes, voltamos à estaca zero de flexibilização na última segunda-feira.

Por Da Redação
Publicado em 03 de julho de 2020 | 03:00
 
 

São Paulo superou a marca de 300 mil casos confirmados de coronavírus ontem, batendo o recorde anterior de novas confirmações em 24 horas. Foram 12.244 casos incluídos desde o último balanço, na quarta-feira. Segundo o coordenador do Centro de Contingência contra o Coronavírus, 70% deles são casos agudos.

O governo paulista prevê que, até 15 de julho, o Estado terá entre 18 mil e 23 mil mortes causadas pela doença e 335 mil a 470 mil casos confirmados. Por lá, o comércio já está reabrindo. No Rio de Janeiro, o segundo Estado com mais mortos, até torcida nos estádios de futebol vai ser liberada a partir do dia 10 de julho. Além disso, o campeonato carioca já reiniciou, sem torcida, mas com abraços na hora dos gols e marcação “cerrada”.

Enquanto isso, em Minas Gerais, onde ultrapassamos mil mortes, voltamos à estaca zero de flexibilização na última segunda-feira. O pouco comércio de serviços não essenciais teve que fechar as portas novamente.

O prefeito de BH, Alexandre Kalil, disse: “Na guerra ninguém faz churrasco nem sai para correr”, mas a festa de posse do novo presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais foi realizada na capital, no Palácio das Artes, para aproximadamente 200 pessoas. De certo, elas devem ter alguma “imunização judiciária” que as impede de pegar e ou transmitir a doença.

Assim, a população continua à mercê da politização da doença com mais dois meses da “esmola federal” de R$ 600 aprovada pelo governo nesta semana.

Até quando vamos aguentar esse abre e fecha, essa hidroxicloroquina ou ivermectina, essa esquerda ou direita? A única certeza que temos dessa doença, que a cada dia traz uma novidade, é a intolerância das pessoas que se escondem nas redes sociais.