Os encarcerados

O número de casos confirmados de contaminação pelo novo coronavírus no sistema prisional brasileiro chegou a 13.778 na última quarta-feira, dia 22, com um aumento de 99,3% em 30 dias, segundo dados divulgados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O total de mortes chega a 136.

Os dados somam-se aos 5.113 casos e 65 óbitos confirmados entre servidores do sistema prisional, com 8.665 casos e 71 mortes de presos. O levantamento feito pelo CNJ leva em conta informações dos Grupos de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário, de boletins das secretarias estaduais de Saúde e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).

Entre os detentos, o maior número de casos foi registrado no Distrito Federal (DF), onde 1.620 pessoas já contraíram o vírus, com três mortes. Em seguida vem Pernambuco, com 1.033 casos e seis mortes. Entre os servidores, o Pará lidera o número de casos, com 588, dos quais cinco morreram. 

Esses números trazem um pensamento que nos chama a atenção. Vários políticos presos – não confundir com presos políticos – foram liberados do cárcere para passar a pandemia em casa. São pessoas com condições de pagar excelentes advogados dos escritórios mais caros deste país. E, assim como no dia a dia, o pobre, seja preso ou livre, está pagando a conta do país.

Com a indefinição sobre a reabertura ou a chamada flexibilização do comércio, vamos continuar com a insegurança da doença ou da “quebradeira” em todo o país. Isso vai se refletir na segurança pública – aliás, já vem refletindo, com o aumento de crimes que vão ajudar a aumentar a população carcerária.