Sabores do Mundo

quintino@otempo.com.br Renato Quintino é professor e consultor de gastronomia, vinhos e harmonização, guia de turismo gourmet e enológico e escreve o blog www.renatoquintino.com.br

Um café em Viena

Publicado em: Sex, 10/04/15 - 17h19
Café Sacher é local de origem do bolo de chocolate mais famoso do mundo, a Sacher-Torte | Foto: Paulo Campos

Cosmopolitas como Paris, pontos de socialização e descontração, os cafés são parte da identidade gastronômica e cultural de Viena, assim como os bares de tapas para a Espanha.

O café, trazido pelos turcos, foi um dos muitos hábitos que a cidade recebeu do exterior. Capital de um país pequeno – que faz fronteira com sete outros (Itália, Suíça, Hungria, Alemanha, Eslováquia, Eslovênia e República Tcheca), antigo centro do império austro-húngaro (as fronteiras iam da Rússia czarista ao mar Adriático), estando às margens do Danúbio, que liga culturas diversas –, Viena sempre foi um “melting pot gastronômico”, que ainda recebe influências das cozinhas francesa, espanhola, alemã, polonesa, croata, sérvia e judaica.

Em Viena, estão a páprika, da Hungria, os dumplings e chucrute, da Bohemia, a massa italiana, as técnicas de cocção de peixe das margens do Danúbio, os peixes defumados do norte europeu, o caviar russo e a raiz forte, os cozidos de carne e frangos assados da Europa central.

Conhecida por clássicos deliciosos como o schintzel, a cozinha vienese se equilibra entre a rica exuberância vinda do antigo império e a leveza trazida pela influência da “nouvelle cuisine” francesa depois dos anos 80.
Viena sintetiza muito do país, trazendo uma gastronomia ao mesmo tempo rústica e refinada e que faz releituras próprias, como defumar o salmão, a quente e não a frio, (cozinhando o peixe ao mesmo tempo que o defuma), e tendo a própria versão do goulash húngaro.

As entradas começam com o liptauer (feitos com queijo e guarnecidos com presuntos crus, legumes crus ou picles), saladas de beterraba e erva-doce e de batatas com trufas, seguido por pratos como leitão e pato assado com chucrute, carne de veado e ganso de várias formas, spätzle com queijo e os nudeln (massas caseiras).

A confeitaria, uma das mais renomadas do mundo, traz o estilo da opulência da cozinha vinda do barroco no apogeu do império em clássicos como gugelhupf, lizer torte, bolo de sementes de papoula, malakoff, biscoitos e cookies diversos e a Sacher-Torte.

Como cidade cosmopolita, Viena traz fortes referências de cozinha internacional como o descolado restaurante do hotel 25 Hours, pautado em cozinha italiana, com direito ainda a um food truck estilizado, que funciona na área externa “quando o tempo está bom”, critério, aliás, comum em cidades de frio intenso.
Do caviar e salmão defumado a massas e vitela frita empanada, a síntese feita pela cozinha vienense expressa o cosmopolitismo da cidade no coração da Europa central.

Onde Comer

Restaurantes

Figlmueller.Tem o maior schinitzel da cidade e fica localizado bem no centro. É bom reservar com antecedência.

Wiener Rathauskeller. É preciso fazer reserva com antecedência. Inclui tíquete de entrada para ver um  show típico e jantar. Bebidas não estão incluídas.

Griechenbeisl. No século XIX, sentaram-se às mesas do restaurante Beethovem Brahms, Strauss, Schubert e Wagner.

Palmenhaus. Muito procurado pelos vienenses, com excelente comida local e internacional.

Cafés famosos

Sacher. Local da famosa torta Sacher, em um lugar agradável.

Café Central in Palais Ferstel. Em estilo barroco e gótico, inspirado num estilo  veneziano, é muito luxuoso e aconchegante.

Bräunerhof. Casa de café com sabor tradicional vienense.

Confeitaria imperial. Fica dentro do hotel Imperial.  Almoçar ou jantar é bem acessível para os turistas.

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