Reunião, reunião e reunião. Haja reunião! Baseado em 27 anos de experiência, gostaria de compartilhar alguns momentos e fazer um paralelo com o mundo fora do esporte. 

Atualmente estamos vivendo um momento de muitas reuniões, grande parte da população trabalhando em casa e o que se mais houve é: hoje tenho reunião.

Começo falando pelas categorias de base, a grande maioria por onde passei sempre foi muito importante no que diz respeito ao crescimento como cidadão, falava-se de vôlei mas falava-se bastante de conduta, postura, indicava caminhos e moldava. 

Quando cheguei ao profissional, o tom mudou. Eu representava a mim, ao clube, patrocinadores e torcedores. Sempre existiu planejamento, sempre existiu meta. Cobrança natural por resultados. Qual é a melhor fórmula para conduzir uma equipe? Muitas perguntas que cabem em todas as profissões, basta substituir a área de atuação no mercado. Reunião após o jogo funciona? Reunião no vestiário? No dia seguinte? No início da temporada e em situações pontuais? Difícil escolha! Decisão geralmente conduzida pelo técnico mas nem sempre respeitada por dirigentes e diretores. 

Reunião que acrescenta pouco é aquela que é feita após o jogo no vestiário e conta com pessoas que não convivem com o time. O diretor que foi atleta, frequenta pouco a rotina do time, teve um sucesso relativo na carreira como jogador e compara o que viveu e o que está acontecendo. É incomparável. O supervisor que fala por falar e o técnico como mediador de conflito. Para piorar basta abrir a palavra e o atleta resolver se posicionar. 

Reunião que funciona é aquela objetiva, curta e direto ao ponto. Após o jogo nunca, para início de conversa. Entre membros da comissão técnica para analisar os números, sempre. Repassar aos atletas no primeiro dia de treino em uma sala fechada, talvez. Levar para a quadra as deficiências e evoluir é a melhor maneira de evitar conversas rasas, perda de tempo. Onde vivi o auge da minha carreira não conto em uma mão quantas vezes durante nove anos o presidente, diretor ou o supervisor entrou no vestiário. Isso não quer dizer que não houve cobrança por parte deles, a tomada de decisão na conduta também é diferencial em uma estrutura vencedora.