Super Historias

Super Histórias

Para ex-lateral Miranda, futebol hoje é ‘pouca bola e muita grana’

Publicado em: Dom, 20/10/19 - 07h00
Atlético 1985: João Leite, Nelinho, Toninho, Luizinho, Miranda e Olivera; Catatau, Heleno, Paulinho Kiss, Marcus Vinícius e Éder | Foto: Toninho Oliveira/Acervo Pessoal

Miranda, 62, lateral de boa técnica, ambidestro, seguro na marcação, jogava pelo lado direito e também pela esquerda e conseguia manter boa regularidade. Seu início foi no Guarani de Campinas. O treinador Carlos Alberto Silva não tinha um lateral-esquerdo e fez experiência com Miranda, que acabou sendo um dos destaques do Bugre na conquista do Campeonato Brasileiro de 1978. 

Miranda foi contratado pelo Atlético em 1981 e ficou quatro temporadas no clube. Com a camisa alvinegra, ele disputou 118 jogos e marcou um gol. E foi tricampeão mineiro.

No Galo, Miranda teve a concorrência de Nelinho e Jorge Valença, dois dos laterais que mais se destacaram com a camisa atleticana. Miranda conta que os pontas que davam mais canseira na época eram Paulo Cesar, do São Paulo, Carlinhos Sabiá, do Cruzeiro, e Renato Gaúcho, do Grêmio e depois do Flamengo.

Por outro lado, como era eficiente no apoio ao ataque, Miranda também precisava ser marcado por muitos pontas. Ele conta que, pelo futebol que jogou em 1978, acreditava que iria disputar a Copa do Mundo na Argentina com a seleção brasileira. Porém, o técnico Claudio Coutinho preferiu Rodrigues Neto e usou também Toninho e Edinho improvisados. Miranda ficou entre os 40 inscritos.

Além de Guarani e Atlético, Miranda defendeu outros clubes, como Avaí, Atlhetico-PR, Esportivo de Passos e União de Mogi das Cruzes. Ele encerrou a carreira em 1991, no Fluminense, da Bahia. Como jogou com grandes jogadores, fica fácil fazer uma seleção. Miranda elegeu sua lista com destaques de Atlético e Guarani: João Leite (Atlético); Mauro (Guarani), Gomes (G), Luizinho e Miranda (A); Zé Carlos, Zenon e Renato Dramático (A); Capitão (G), Reinaldo e Éder (A). Treinador: Nelsinho Baptista. 

Três irmãs

Miranda se casou com Maria Eugênia, mas não foi o único jogador a entrar na família da moça. Nice, irmã da esposa de Miranda, se casou com o meio-campista Zé Carlos (ex-Cruzeiro e Guarani). E Elizabeth, outra irmã, foi esposa do lateral Murilo (ex-América e Cruzeiro).

Miranda se lembra das resenhas na concentração e compara aquela época com o futebol atual. “Antes, o jogador era operário padrão e sujava o calção”. Sobre o futebol que é praticado hoje, ele diz: “Dá calo nos olhos, hoje o futebol é pouca bola e muito dinheiro”. 

O ex-lateral continua trabalhando com futebol. Miranda tem escolinha para a formação de atletas ao lado de Carlinhos Sabiá, no campo do Santa Tereza, em Belo Horizonte.

 

---

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.