SUPER HISTÓRIAS

Paulo Faria dedicou sua vida ao Galo, acompanhando sempre a base alvinegra

Atuando nas categorias de base do clube, o Galo se tornou uma prioridade em sua vida

Por Wilson José
Publicado em 22 de setembro de 2019 | 03:00
 
 
Paulo Faria (o primeiro da foto) com o juvenil do Atlético Acervo pessoal de Paulo Faria

Paulo Faria foi chamado pelo então presidente Walmir Pereira, em 1977, para trabalhar no Atlético. Atuando nas categorias de base do clube, o Galo se tornou uma prioridade em sua vida. O dirigente fazia questão de assistir aos jogos dos garotos aos sábados, domingos e feriados. Ele mesmo conta que trabalhava “25 horas por dia”. Hoje, aos 73 anos, gosta de relembrar histórias vividas no futebol e lamenta alguns episódios. “Lamento não ter comprado o Fábio Junior, que disputou a Copa São Paulo em 1996. O clube estava sem dinheiro e o presidente Paulo Cury não acreditou no potencial do atacante. O jogador foi para o Cruzeiro e, em pouco tempo, estava negociado com a Roma”, conta Paulo Faria.

Ele tinha como parceiros Jamil Salomão, Percy Gonçalves e seu irmão, Antonio Faria. Foram 22 anos trabalhando para o Atlético. Na família, além de Paulo e Antônio, o pai, Odair Faria, também estava envolvido com o futebol e foi conselheiro do Atlético. A matriarca da família, Dona Neusa, era conselheira do América. E, assim, Odair e Neusa mostravam que eram “casados em regime de separação de clubes”.

Paulo Faria contava muito com o apoio de uma equipe de profissionais no Atlético, que o ajudava a garimpar e buscar jogadores em qualquer parte do país. Era um abnegado na função de diretor e, na época, trabalhar no futebol era bem diferente de hoje, quando os clubes contam com o apoio da fornecedora de material. Paulo Faria costumava tirar dinheiro da sua conta bancária para comprar jogos de camisa, calções, meiões, chuteiras, ataduras, luva para os goleiros, caneleira... Enfim, ele apoiava com recursos próprios a aquisição de material esportivo para todas as categorias de base.

O Atlético não contava com um centro de treinamento e tinha que correr atrás de campos em várias cidades da grande Belo Horizonte. Mas Paulo Faria conta que ficava orgulhoso e feliz com as conquistas de títulos como a Copa São Paulo e o Campeonato Mineiro. Orgulho maior ainda era quando um jogador formado no clube se tornava profissional, o que acontecia com muita frequência em sua época.

No time profissional, Paulo Faria foi vice-presidente na gestão Afonso Paulino, quando o Atlético conquistou a Copa Conmebol em 1992, e na gestão Paulo Cury, em 1997, quando levantou o bicampeonato. Mas ele diz que sempre gostou mesmo de trabalhar na formação de jogadores.

Era sempre o Atlético em primeiro lugar. “Fiz o Éder Lopes mudar o dia do casamento depois que os convites já estavam distribuídos. Era para ele jogar contra o Internacional”, conta Paulo Faria, que foi responsável pelas contratações de Ailton e Cláudio Caçapa.

No próximo sábado, o ex-diretor pretende rever os amigos em mais um encontro de ex-atletas e funcionários do Atlético, no Labareda.