Roberto Carlos, 52, mineiro de Barão de Cocais, cidade da região Central do Estado, onde também nasceram Geraldo Assobiador, Milton, Washington e Lincoln, personagens do nosso futebol. Estou falando do Roberto Carlos menos famoso, aquele que vestiu a camisa 1 e se espelhava em João Leite. Ele admite que não tinha muita habilidade com a bola nos pés e, também por causa de sua altura, acabou se encaixando melhor no gol.

Roberto Carlos chegou ao Villa Nova aos 16 anos e se formou nas categorias de base do clube de Nova Lima. E o Leão do Bonfim sempre teve grandes goleiros, como Arizona, Dick, Eduardo, Adão, Vacari e Cláudio, entre outros. 

No time profissional do Villa, Roberto Carlos disputou 70 partidas e levou 54 gols. Ele se lembra da estreia no time de cima. Foi no Campeonato Mineiro de 1987, quando o treinador Dawson Laviola achou que era o momento. O adversário foi o Democrata de Governador Valadares. Deu empate em 1 a 1. 

Após se destacar no Leão, Roberto Carlos foi negociado com o Cruzeiro em 1988, onde encontrou a concorrência de Wellington Fajardo, Pereira e Paulo César Borges. Para jogar não foi fácil. Mas ele ficou até 92 na Toca da Raposa. 

O goleiro teve passagens também por Mogi Mirim, Vila Nova-GO, Londrina, Fluminense de Feira de Santana, Linhares, São Mateus, Tupi e Rio Branco-ES. Em 2004, achou que era hora de pendurar as luvas, aos 37 anos, momento que ele conta que foi planejado com boa antecedência. Roberto Carlos diz que dois jogadores, em especial, deram trabalho para ele: Nelinho e Éder Aleixo. 

Dos goleiros que viu jogar, Roberto Carlos considera Taffarel um dos melhores. “O goleiro brasileiro evoluiu bastante com os preparadores, passaram a ser mais exigidos com os pés. O goleiro é que recomeça o jogo e por isso tem que ter bom domínio da bola”.