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William Gomes fala de VAR, mulher no apito e do dia em que saiu de camburão

Um jogo que não sai da sua memória aconteceu em Uberlândia: ele teve que deixar o Parque do Sabiá dentro de uma viatura da Polícia Militar, após expulsar cinco jogadores do time da casa

Por Wilson José
Publicado em 15 de dezembro de 2019 | 04:00
 
 

Antônio William Gomes, 63, antes de se tornar árbitro, vestiu a camisa de alguns clubes, como Sete de Setembro, Araguari, Juventus e Pato Branco. Ele era lateral-direito e depois virou dono do apito. Desde muito cedo, não abria mão da disciplina. Estudava todos os dias as regras do futebol e fez curso em 1988. Logo, estava apitando nas categorias de base e não demorou para atuar em partidas do profissional. 

Com bom preparo físico, acompanhava os lances de perto e era chamado de Cavalo Pampa. Esteve em grandes jogos e apitou seis Atlético x Cruzeiro. É bom lembrar que atualmente árbitro de Minas raramente é escalado para o clássico. 

Um jogo que não sai da sua memória aconteceu em Uberlândia: ele teve que deixar o Parque do Sabiá dentro de uma viatura da Polícia Militar, após expulsar cinco jogadores do time da casa. Era um confronto entre Uberlândia e Cruzeiro, que teve que ser encerrado antes dos 90 minutos. Algum tempo depois, Gomes foi escalado para outro jogo no Triângulo, e o presidente Pedro Naves o cumprimentou dizendo que achou corretas as expulsões na partida anterior. 

Antônio William Gomes aprendeu muito assistindo jogos apitados por Oscar Roberto Godói e Renato Marsiglia. O árbitro mineiro é muito respeitado por jogadores e dirigentes. Pela pouca idade, na época, aos 42 anos, ele não foi relacionado para o quadro de árbitros Fifa por Armando Marques, permanecendo no quadro de aspirantes. 

Árbitro de vídeo. Sobre o uso da tecnologia do VAR, Antônio William Gomes tem a seguinte opinião: “O VAR ajuda a consertar os erros e veio para somar para aqueles árbitros que não têm qualificação para ser árbitro".

Gomes era elogiado pelo então diretor de árbitros da Federação Mineira de Futebol (FMF), Osmar Camilo, que foi um pai para ele na arbitragem, por Márcio Rezende de Freitas e também por companheiros de profissão de outros Estados. O bom condicionamento físico ajudava a evitar reclamações dos jogadores. 
Gomes apitou de 1988 a 2004 e conta que gostava de trabalhar em qualquer estádio ou Estado. A maior decepção foi não ter apitado Cruzeiro x Villa Nova pelo Mineiro de 1997. 

Mulher no apito. Sobre a mulher apitando no futebol, ele destaca o potencial de Edina Alves Batista. “Ela aos poucos vai ganhando espaço e se impondo”, diz. Entre os homens, o paulista Rafael Klauss é eleito por Antônio William Gomes como o melhor árbitro brasileiro no momento. Gomes ainda não pendurou o apito, já que é solicitado para trabalhar em jogos- treino e em partidas de master em Belo Horizonte e na região metropolitana quase todo fim de semana.