Nada de figurinos glamourosos ou cenários impactantes. Paula Fernandes queria se reconectar às suas raízes e colocar momentos marcantes de sua carreira em repasse em uma apresentação de viés mais intimista. O desejo desemboca agora no show que ocupa o palco do Sesc Palladium no próximo sábado (8). “Paula Fernandes – Voz e Violão” reúne as influências e as canções que marcaram a trajetória da mineira, em um formato que permite uma maior interação com o público. 
 
“É como se o público estivesse na sala de casa, comigo”, afirma a cantora, que, no palco, conta com a companhia apenas de um sofá e do seu violão. Aliás, o amor pelo instrumento foi um dos motores que a impulsionaram a idealizar o show que, para ela, “é uma volta às origens”. “Quando comecei na música, ainda criança, era eu e um violão. Então, estou retomando este formato, ainda que nunca tenha deixado de ter meus momentos a sós com o instrumento, seja compondo ou ensaiando”. 
 
O repertório não poderia desafinar com este momento de retorno às raízes – assim, as músicas selecionadas, mais do que contemplar a história de Paula, apontam as grandes influências que a cantora teve: o cardápio vai de Kansas a Skank, sem deixar de lado a veia sertaneja, com a interpretação de canções de Almir Sater. 
 
Mas vale lembrar que a iniciativa não representa um momento de calmaria na carreira da artista, que segue desbravando cidades de todo o Brasil com os espetáculos grandiosos da turnê “Amanhecer” – cujo disco homônimo foi vencedor do Grammy Latino de Melhor Álbum Sertanejo, em 2016. 
 
Memória
 
Há cerca de um mês, as redes sociais foram invadidas pelo compartilhamento de vídeos de Paula Fernandes gravados quando ela ainda era criança. São flagrantes de apresentações e passagens da vida da artista, que iniciou a carreira por volta dos 8 anos de idade. Passados 24 anos dessa baliza, Paula já está abalizada a fazer um balanço de sua trajetória. “Comecei jovem e batalhei muito. Tive que conquistar meu espaço. Cada fase tinha seu ponto alto: primeiro, tocar no rádio, depois, estar em um programa de TV, ganhar o primeiro prêmio... Enquanto assistia (aos vídeos), me vinham momentos que guardo com carinho, mas, ao fim, sinto uma sensação de orgulho mesmo”, pontua.
 
Mas, sim, nem só de altos caracteriza-se a trajetória de Paula. A artista se envolveu em muitas polêmicas nos últimos anos – como o período de silêncio durante uma apresentação com o tenor italiano Andrea Bocelli. No entanto, hoje, ela diz saber lidar melhor com as críticas. “Estou muito mais madura, vivendo um momento muito feliz. Bem resolvida, em paz. As polêmicas vão continuar existindo, mas sinto que hoje me afetam bem menos”, justifica. 
 
Do mundo, de Minas Gerais
 
Nascida em Sete Lagoas, Paula nunca deixa BH de fora das turnês. “Sou muito grata a Minas, por tudo que passei e conquistei. As pessoas me tratam com carinho e os shows sempre têm uma energia muito boa, como se fosse uma apresentação para a minha família”, conta.
 
Além de estar programando uma nova apresentação do show “Amanhecer” em BH, Paula avisa que, nos próximos meses, seus fãs terão algumas surpresas. “Mas não posso adiantar muita coisa”, despista, com delicadeza. 
 
 
Paula Fernandes - Voz e violão
Sesc Palladium (r. Rio de Janeiro, 1046, centro). Dia 8 (sábado), às 21h. R$ 200 (plateia 1, inteira), R$ 160 (plateia 2, inteira), R$ 100 (plateia 3, inteira). 
 
(*) Sob supervisão de Patrícia Cassese