Entre 2020 e 2022, mais de 66.200 novos casos de câncer de mama devem ser diagnosticados no Brasil, ficando atrás apenas do câncer de pele, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). No mês em que acontece a campanha nacional do Outubro Rosa para conscientizar as mulheres e a comunidade sobre este tipo de câncer, os oncologistas Amândio Soares e Roberto Fonseca, fundadores da Oncomed – clínica especializada no tratamento de doenças neoplásicas – anunciaram o lançamento do Orizonti Instituto Oncomed de Saúde e Longevidade, que abre as portas para a população no próximo dia 18.
De acordo com os médicos, uma paciente com suspeita de câncer de mama pode demorar até 84 dias para iniciar o seu tratamento na rede privada em Belo Horizonte. Dentre outras razões, este longo tempo foi uma das motivações para lançar, na capital mineira, um modelo inédito de assistência à saúde.
O Instituto Orizonti surge para oferecer um novo modelo de assistência integrada que vai muito além do tratamento da doença e terá como foco a prevenção e a promoção da saúde.
Segundo Amândio Soares, um dos idealizadores do Orizonti, é muito comum uma fragmentação na trajetória de cuidado do paciente que gera atrasos, acarreta piora na qualidade do tratamento e dos desfechos clínicos e ainda aumenta custos. “São consequências drásticas para o paciente oncológico. O câncer não espera e qualquer tempo perdido é muito para quem precisa iniciar o tratamento. No instituto, nossa meta é que nesses casos, a paciente inicie seu tratamento em dois ou três dias após a primeira consulta” explicou Amândio.
Causas e prevenção
Sem causas específicas, o câncer de mama possui alguns fatores de risco que podem facilitar o surgimento da doença. Dentre eles estão a obesidade e sobrepeso, sedentarismo, alcoolismo e tabagismo, histórico familiar de câncer de mama e ovário, primeira menstruação antes de 12 anos e parar de menstruar após os 55 anos.
Em sua fase inicial, a doença pode dar sinais sutis por meio de mudanças geradas nas mamas, como diferença na cor da pele, que pode ficar avermelhada, rígida ou com aspecto de casa de laranja, nódulos fixos e, geralmente, indolores que podem surgir na região dos seios ou axilas, alterações no mamilo, que pode, ou não, apresentar saída de secreção e pequenos nódulos na região da axila e pescoço.
Diagnóstico precoce
Assim como em todos os outros casos de câncer, o diagnóstico precoce está diretamente ligado ao sucesso do tratamento e, consequentemente, à cura do paciente. Para isso, a Sociedade Brasileira de Mastologia indica a realização de mamografias anuais a partir dos 40 anos.
Segundo a oncologista do Grupo Oncomed, Letícia Carvalho Neuenschwander, o autoexame também pode ser um grande aliado neste momento. “O conhecimento do próprio corpo pela mulher é de extrema importância para prevenção e diagnóstico precoce, mas o autoexame isoladamente não é a forma mais eficiente. Existem tumores de mama que não conseguimos apalpar e o diagnóstico se faz por meio de exames como mamografia e ultrassom”, ressaltou.
Longo caminho
Em 2018, aos 32 anos, a fisioterapeuta Débora Faria recebeu o diagnóstico de câncer de mama. Ela percebeu um nódulo no seio enquanto tomava banho e, apesar de levar uma vida saudável, com a prática de atividades físicas e cuidados com a alimentação, como profissional da saúde, ela sabia que deveria investigar do que se tratava.
Entre as consultas, exames e o resultado final da biópsia passaram-se poucos dias, e ela precisou lidar com o diagnóstico, que confirmou o câncer tipo triplo negativo — que é agressivo e demanda rapidez para iniciar o tratamento. Logo após a cirurgia para remoção da mama, ela já iniciou a quimioterapia e prosseguiu com o tratamento na Oncomed.
Foram mais de 18 meses de luta até vencer a doença e, no dia 18, ela comemora um ano sem quimioterapia. O que era para ser uma história trágica, se transformou em motivação e agora Débora usa as redes sociais para compartilhar sua luta. “Por incentivo da minha irmã e de uma grande amiga, criei um perfil no Instagram chamado ‘Nasce Uma Borboleta’ para compartilhar minha experiência, conversar com pessoas que estão vivendo essa mesma jornada e encorajá-las”, revelou.
Serviços
O Instituto terá linhas de cuidados oncológicos (mama, colorretal, pulmão, próstata, cabeça e pescoço) e não oncológicos (hipertensão, idoso frágil, acidente vascular cerebral, diabetes, sepse, síndrome coronariana aguda, cirurgia da coluna). E, para que o foco não fique apenas no tratamento, serviços de promoção e prevenção à saúde também serão oferecidos.
Estrutura
O Orizonti terá consultórios, salas de cirurgia, leitos de hospital- dia e leitos UTI e pronto atendimento para urgência e emergência. Além do regime de hospital-dia, há assistência intermediária entre a internação e o atendimento ambulatorial, para realização de procedimentos clínicos, cirúrgicos, diagnósticos e terapêuticos.