Lava Jato

Após 15 anos, ex-petista Silvio Pereira é condenado por receber Land Rover

Silvinho, como é conhecido, pegou quatro anos e cinco meses de prisão em regime inicialmente semiaberto pelo crime de corrupção passiva

Por Folhapress
Publicado em 27 de julho de 2020 | 18:23
 
 
O ex-secretário do PT, Silvio Pereira, denunciado no caso do mensalão, quer sua ficha limpa em dois anos Foto: MARCELLO CASAL JR./ABR - 20.7.2005

Quinze anos depois de protagonizar um dos escândalos do governo Lula, o ex-secretário geral do PT Silvio Pereira foi condenado nesta segunda-feira (27) por receber um automóvel Land Rover de uma fornecedora da Petrobras, a GDK.

O juiz Luiz Bonat, responsável pela Lava Jato em Curitiba, sentenciou Silvio Pereira, conhecido como Silvinho, a quatro anos e cinco meses de prisão em regime inicialmente semiaberto pelo crime de corrupção passiva.

Também foram condenados por corrupção o ex-diretor da Petrobras Renato Duque e César Roberto Oliveira, sócio-administrador da GDK.

Bonat, que substitui o ex-juiz Sergio Moro no posto, considerou que Silvinho pediu e recebeu vantagem indevida para influenciar a favor da fornecedora a licitação de módulo da unidade de tratamento de gás de Cacimbas, no Espírito Santo.

À época, era atribuída a ele a influência sobre a ocupação de milhares de cargos de livre nomeação no governo federal, incluindo os da Petrobras.

O ex-petista chegou a ser preso na Lava Jato em 2016, mas respondeu ao processo em liberdade. Ainda cabe recurso contra a condenação.

Na ação, ele também era acusado de lavagem de dinheiro por receber pagamentos da empreiteira OAS. Segundo o Ministério Público, o dinheiro seria para comprar seu silêncio sobre o mensalão petista. Essa parte da acusação foi rejeitada pelo magistrado.

A compra de um Land Rover para Silvinho foi revelada em meio ao escândalo do mensalão, a pior crise do governo Lula, em 2005.

O ex-petista firmou um acordo com o Ministério Público para não ser processado no mensalão em troca da prestação de serviços comunitários.

À Justiça, a defesa do ex-secretário geral afirmou que o automóvel era um presente sem qualquer relevância penal e que ele não possuía influência na nomeação de cargos no governo federal. Também negou que tenha havido irregularidade na licitação.