O presidente Jair Bolsonaro concedeu entrevista coletiva na porta do Palácio da Alvorada nesta quarta-feira (25) e voltou a defender a volta da normalidade da rotina no país. O chefe do Executivo disse que alguns políticos estão tomando medidas além da normalidade. "O que estão fazendo no Brasil, alguns poucos governadores e alguns poucos prefeitos, é um crime. Estão arrebentando com o Brasil, estão destruindo empregos e aqueles caras que falam 'economia é menos importante que a vida', cara pálida, não dissocie uma coisa de outra. Sem dinheiro, sem produção, o homem do campo também vai deixar de produzir, vamos viver do quê?", indagou o presidente.
Bolsonaro fez críticas nominais aos governadores Joao Dória e Wilson Witzel, com quem tinha uma reunião por vídeo logo depois da entrevista coletiva. "Alguns poucos governadores, não são todos, em especial Rio e São Paulo, estão fazendo uma demagogia barata em cima disso para esconder outros problemas. Se colocam junto à mídia como salvadores da pátria. Como o Messias que vai salvar os seus Estados, e o Brasil no caos. Fazem política o tempo todo. Não é esse o caminho que o Brasil deve seguir", disparou.
O presidente afirmou ainda que se a economia colapsar, vai faltar dinheiro para pagar os servidores públicos no país. "O caos está aí. E detalhe, se tivermos problemas que poderemos ter, os mais variados possíveis no Brasil, como saques a supermercados entre outras coisas, o vírus continuará entre nós também. Não foi embora o vírus, vamos ficar com o caos e com o vírus juntos", declarou.
Novo isolamento
O presidente anunciou também que vai propor ao ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta o isolamento vertical, que é quando apenas o grupo de risco para a Covid-19 fica recluso. O chefe do Executivo voltou a defender o que disse nessa terça-feira (24) em pronunciamento na rede de televisão e pediu a volta da normalidade.
"O que precisar ser feito é botar esse povo para trabalhar, preservar os idosos, preservar aqueles que têm problema de saúde, mais nada além disso", defendeu Bolsonaro.
O chefe do Executivo deu o exemplo da mãe, que completará 93 anos nos próximos dias, que está sob responsabilidade dos filhos e dos netos. O presidente pediu ainda que cada família cuidade dos seus idosos.
Gripe
Durante a entrevista, Bolsonaro voltou a falar sobre gripe ao se referir à Covid-19. Ainda usando a mãe como exemplo, o presidente disse que "qualquer gripe" poderia ser fatal. "Quem está são, o problema é quase zero. O problema é acima de 70 ou quem tem risco de saúde. A gente lamenta, ninguém quer enterrar um ente querido. Minha mãe vai fazer 93 anos, está magrinha, tem seus problemas, ela está em uma situação complicada, qualquer gripe pode ser fatal", disse.
Finalizando o tema, Bolsonaro disse que "outros vírus mataram mais que esse", mas que não viu "essa comoção toda".