Triângulo Mineiro

Câmara de Uberlândia cassa mandato de mais dois vereadores alvos de operação

Só este ano, sete vereadores perderam mandatos por uso irregular de verba indenizatória em esquema descoberto pelo MP

Ter, 05/05/20 - 15h53
Câmara de Uberlândia | Foto: Divulgação / Câmara de Uberlândia

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Em sessão nesta terça-feira (5), a Câmara Municipal de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, cassou o mandato de mais dois vereadores afastados: Mastroiano de Mendonça Alves, mais conhecido como Doca, (Patriota) e Wender Marques (PSB). Com as decisões, Uberlândia já tem sete vereadores cassados só este ano.

Tanto Doca quanto Marques foram afastados do Legislativo ainda no ano passado após a operação "Má Impressão", deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). A ação investigou o uso irregular de verba indenizatória em esquemas com gráficas e resultou na prisão de 22 dos 27 vereadores de Uberlândia. 

A maioria foi solta, mas os vereadores acabaram afastados do Legislativo, que iniciou os processos de cassação. Ambas as decisões desta terça-feira tiveram 24 votos favoráveis e uma abstenção, sendo que não votam o suplente do vereador afastado nem o presidente do Legislativo. 

Além dos dois vereadores que perderam seu mandato nessa sessão, a Câmara já cassou desde o início do ano os mandatos de Helvico Queiroz (PTC), mais conhecido como Vico, Rodi Borges (PL), Wilson Pinheiro (PP), Juliano Modesto (suspenso do SD) e Alexandre Nogueira da Costa (PSD). 

No dia 7 de maio, a Câmara deve realizar audiência de instrução do processo de cassação do vereador Márcio Nobre (PSD). Além dele, outros seis também estão afastados aguardando a conclusão dos relatórios das comissões processantes instauradas pela Casa.

 

Entenda o caso

No ano passado, 22 dos 27 vereadores de Uberlândia foram presos em decorrência de operações do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). A primeira delas foi a operação Poderoso Chefão, que deu origem posteriormente às operações Mercúrio, Torre de Babel, Guardião e Má Impressão.

Entre as denúncias envolvendo a maior parte dos parlamentares da cidade estavam: irregularidades na contratação da Cooperativa dos Transportadores de Passageiros e Cargas de Uberlândia (Coopass); esquema de desvio de recursos da verba indenizatória; superfaturamento de notas de serviços de gráfica; e suposto esquema fraudulento na contratação da empresa que presta serviço de vigilância ao Legislativo municipal.

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