Quebra de decoro

Uberlândia tem quinto vereador com mandato cassado em menos de dois meses

Helvico Queiroz (PTC), mais conhecido como Vico, foi acusado de uso indevido de verba indenizatória em operação realizada pelo Ministério Público

Por Thaís Mota
Publicado em 20 de abril de 2020 | 16:00
 
 
 
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Mais um vereador de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, teve o mandato cassado na última sexta-feira (17). Essa já é a quinta cassação desde o início do ano na Câmara do município. Helvico Queiroz (PTC), mais conhecido como Vico, perdeu o mandato por quebra do decoro parlamentar. 

Segundo informações da Câmara, ele teria feito uso irregular da verba indenizatória com utilização "de notas fiscais falsas e recebimento de vantagens indevidas por depósitos de dinheiro público em sua conta pessoal" a fim de "melhorar relacionamento com instituição financeira".

Vico foi um dos investigados na Operação “Má Impressão”, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público. A ação investigou o uso irregular de verba indenizatória em esquemas com gráficas e resultou na prisão de 22 dos 27 vereadores de Uberlândia. A maioria foi solta, mas foram afastados do Legislativo, que iniciou os processos de cassação.

Além da denúncia que resultou da operação do MP, Vico também foi acusado de ter omitido o fato de ser réu na comarca de Frutal, também no Triângulo Mineiro, em processo de improbidade administrativa e peculato. Mas, dessa acusação, ele acabou sendo absolvido pelos vereador porque a condenação ainda não ter transitado em julgado.

Em março, outros quatro vereadores foram cassados por envolvimento em práticas ilícitas denunciadas por operações realizadas pelo Gaeco. Foram eles: Rodi Borges (PL), Wilson Pinheiro (PP), Juliano Modesto (suspenso do SD) e Alexandre Nogueira da Costa (PSD). Outros dez ainda estão com processos de cassação em aberto na Câmara de Uberlândia, mas ainda sem data para julgamento. 

Entenda o caso

No ano passado, 22 dos 27 vereadores de Uberlândia foram presos em decorrência de operações do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). A primeira delas foi a operação Poderoso Chefão, que deu origem posteriormente às operações Mercúrio, Torre de Babel, Guardião e Má Impressão.

Entre as denúncias envolvendo a maior parte dos parlamentares da cidade estavam: irregularidades na contratação da Cooperativa dos Transportadores de Passageiros e Cargas de Uberlândia (Coopass); esquema de desvio de recursos da verba indenizatória; superfaturamento de notas de serviços de gráfica; e suposto esquema fraudulento na contratação da empresa que presta serviço de vigilância ao Legislativo municipal.

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