Mais um vereador de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, teve o mandato cassado na última sexta-feira (17). Essa já é a quinta cassação desde o início do ano na Câmara do município. Helvico Queiroz (PTC), mais conhecido como Vico, perdeu o mandato por quebra do decoro parlamentar.
Segundo informações da Câmara, ele teria feito uso irregular da verba indenizatória com utilização "de notas fiscais falsas e recebimento de vantagens indevidas por depósitos de dinheiro público em sua conta pessoal" a fim de "melhorar relacionamento com instituição financeira".
Vico foi um dos investigados na Operação “Má Impressão”, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público. A ação investigou o uso irregular de verba indenizatória em esquemas com gráficas e resultou na prisão de 22 dos 27 vereadores de Uberlândia. A maioria foi solta, mas foram afastados do Legislativo, que iniciou os processos de cassação.
Além da denúncia que resultou da operação do MP, Vico também foi acusado de ter omitido o fato de ser réu na comarca de Frutal, também no Triângulo Mineiro, em processo de improbidade administrativa e peculato. Mas, dessa acusação, ele acabou sendo absolvido pelos vereador porque a condenação ainda não ter transitado em julgado.
Em março, outros quatro vereadores foram cassados por envolvimento em práticas ilícitas denunciadas por operações realizadas pelo Gaeco. Foram eles: Rodi Borges (PL), Wilson Pinheiro (PP), Juliano Modesto (suspenso do SD) e Alexandre Nogueira da Costa (PSD). Outros dez ainda estão com processos de cassação em aberto na Câmara de Uberlândia, mas ainda sem data para julgamento.
Entenda o caso
No ano passado, 22 dos 27 vereadores de Uberlândia foram presos em decorrência de operações do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). A primeira delas foi a operação Poderoso Chefão, que deu origem posteriormente às operações Mercúrio, Torre de Babel, Guardião e Má Impressão.
Entre as denúncias envolvendo a maior parte dos parlamentares da cidade estavam: irregularidades na contratação da Cooperativa dos Transportadores de Passageiros e Cargas de Uberlândia (Coopass); esquema de desvio de recursos da verba indenizatória; superfaturamento de notas de serviços de gráfica; e suposto esquema fraudulento na contratação da empresa que presta serviço de vigilância ao Legislativo municipal.