ELEIÇÕES 2014

Confronto sobre caso Petrobras marca último debate

O candidato tucano a presidência manteve a postura de ataque no último debate devido ao resultado das últimas pesquisas

Por DA REDAÇÃO
Publicado em 25 de outubro de 2014 | 08:45
 
 

O tema que permeou toda a campanha presidencial, o escândalo de corrupção na Petrobras foi um dos pontos altos do debate dessa sexta-feira (24) entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) na TV Globo, o último antes das eleições de domingo.

A dois dias do segundo turno, os dois candidatos voltaram a travar um embate acirrado, em que a troca de acusações se sobrepôs à apresentação de propostas.

Em uma postura clara de ataque devido à desvantagem nas pesquisas, o tucano acusou a rival de patrocinar a "mais sórdida das campanhas eleitorais". E aproveitou o evento para, novamente, rebater a afirmação da adversária de que irá acabar com programas sociais.

Até o mensalão do PT e o mensalão tucano, escândalos que andavam meio esquecidos após a eclosão do caso da Petrobras, foram abordados. Dilma voltou a martelar um de seus motes, o de que os tucanos varreram escândalos para debaixo do tapete quando governaram o país (1995-2002).

Também levou ao debate a crise de abastecimento de água em São Paulo, comandado pelos tucanos, afirmando ser uma "vergonha" a "falta de planejamento do Estado mais rico do país".

O debate da TV Globo --o quarto deste segundo turno e o nono de toda a eleição-- foi realizado um dia depois de pesquisa Datafolha mostrar que Dilma tem 53% das intenções de votos válidos contra 47% de Aécio.

Já na primeira pergunta do debate, o tucano abordou as suspeitas de irregularidade na estatal do petróleo. "A senhora sabia, candidata, da corrupção na Petrobras?"
A revista "Veja" afirma ter apurado que, em depoimento à Justiça na terça, o doleiro Alberto Youssef assegurou que Dilma e o ex-presidente Lula sabiam do esquema de desvio de recursos da Petrobras. A Folha de S.Paulo revela na edição deste sábado que, segundo o doleiro, Dilma e Lula tinha ciência de irregularidades.

A presidente atacou a publicação. "Eu manifesto aqui a minha inteira indignação, porque essa revista tem o hábito de nos finais das campanhas, na reta final, tentar dar um golpe eleitoral."

Em resposta aos ataques petistas, a revista disse que cumpriu "unicamente ao dever jornalístico de informar".
O evento foi divido em quatro blocos, dois de perguntas diretas entre os candidatos e os outros dois com perguntas sorteadas entre 70 eleitores que se declaravam indecisos e estavam na plateia.

O tema corrupção voltou a ser discutido outras duas vezes no debate. Em uma delas, Aécio respondeu a uma das eleitoras indecisas: "Eu vou dizer olhando nos seus olhos. Existe uma medida que está acima de todas as outras e não depende do Congresso Nacional para acabarmos com a corrupção no Brasil: vamos tirar o PT do governo."

Dilma rebateu: "Eu nunca compactuei com qualquer corrupção, sempre combati, fui atrás e vou te dizer, doa a quem doer, eu vou condenar corruptos e corruptores."
Aécio cobrou ainda de Dilma uma resposta sobre o que ela achava da prisão dos petistas condenados no mensalão. A petista não respondeu e lembrou o caso do mensalão mineiro, que ainda não teve sentença.

Ao explorar a falta de água em São Paulo, Dilma citou o colunista da Folha de S.Paulo José Simão, que disse que os tucanos irão criar "Meu Banho, Minha Vida". Aécio afirmou que a crise é culpa da falta de planejamento do governo federal.

O empréstimo do BNDES para a construção do porto Mariel, em Cuba, também foi abordado. Aécio afirmou que o prazo dos empréstimos foi de 25 anos, superior ao adotado normalmente pelo BNDES --as condições do financiamento não foram divulgadas pelo governo.

Os dois também trocaram farpas sobre a gestão de Fernando Henrique Cardoso --"Candidata, já lhe disse mais de uma vez, me honra muito a comparação com Fernando Henrique, mas eu me chamo Aécio Neves"-- e sobre Minas Gerais.

Folha Press.