O líder do governo na Câmara, deputado federal Ricardo Barros (PP-AL), informou que vai processar o senador Renan Calheiros (MDB-AL) por abuso de autoridade e denunciação caluniosa. A declaração foi feita no Twitter após o vazamento de informações do relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia no Senado.
A íntegra do documento só deve ser divulgada entre a noite de segunda-feira (18) e a manhã de terça (19), mas há a expectativa de que Renan, que é o relator da CPI, peça ao Ministério Público Federal o indiciamento de Barros por advocacia administrativa e improbidade administrativa.
O deputado afirmou que é atacado por Renan só pela função que ganhou do presidente Jair Bolsonaro de ser porta-voz do governo federal na Câmara dos Deputados. Veja a publicação de Ricardo Barros:
Eu vou processar o senador Renan Calheiros por abuso de autoridade e denunciação caluniosa. Todos os ouvidos pela CPI sem excessão negaram meu envolvimento. Só por ser líder do governo ele quer me atacar no relatório da CPI. pic.twitter.com/6o1pVkIkAd
Ricardo Barros passou a ser investigado pela CPI após as suspeitas de envolvimento na compra da vacina indiana Covaxin. Em depoimento à CPI em junho, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e o irmão dele, Luis Ricardo Miranda, que é servidor do Ministério da Saúde, informaram que o contrato seria parte de um esquema de corrupção.
Segundo o deputado, ao levar essa denúncia ao presidente Bolsonaro, ouviram do chefe do Palácio do Planalto que esse “rolo era coisa do Ricardo Barros”.
A aquisição da Covaxin foi cancelada após o apontamento das irregularidades. O governo iria desembolsar dos cofres públicos R$ 1,6 bilhão para a compra de 20 milhões de doses. Cada dose sairia por US$ 15 ou mais de R$ 80 pela cotação atual.
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