O Partido Socialista Brasileiro (PSB) constrói apoio em Minas ao prefeito de BH, Alexandre Kalil (PSD), em uma possível candidatura ao governo do Estado em 2022. Pelo menos essa é a tendência defendida pelo presidente do diretório mineiro, o deputado federal Vilson da Fetaemg. Segundo o dirigente, conversas nesse sentido têm sido feitas internamente. Inclusive, na semana passada, Kalil se reuniu, em Brasília, com o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, na companhia de Vilson.  

“Temos como definido que não caminharemos com Bolsonaro e nem com Zema, que se alinha à essa agenda neoliberal. Mas a conversa que estou tendo com os meus companheiros da direção e com os segmentos mostra uma tendência de apoio nosso ao Kalil”, declarou.

“Isso não é definido. Não é porque estou presidente que eu defino as coisas sem antes deliberar com os companheiros de partido. Vou chamar uma reunião no diretório com toda a direção e estou em conversa com nosso presidente, Carlos Siqueira, para ele ir a Minas Gerais para uma reunião mais ampliada”, afirmou.

Nos bastidores do partido, uma ala majoritária defende o apoio da legenda à candidatura de Kalil. Inclusive, pessoas ligadas ao partido contaram que o presidente da ALMG, Agostinho Patrus foi convidado para se filiar ao PSB. Patrus é tido como possível nome para compor a vaga de vice na chapa com Kalil. 

Vilson da Fataemg  pontuou um alinhamento político entre o partido e a candidatura de Kalil. “Como um partido de centro-esquerda, devemos estar com o Kalil em Minas, até mesmo para ajudar nessa frente contra a reeleição de Zema, que representa um retrocesso social”, declarou.

Já o deputado estadual Bernardo Mucida (PSB) avalia ser prematura uma definição. “É claro que conversas estão sendo feitas e são perfeitamente normais. No partido vai ter quem defenda estar com Kali, quem defenda uma terceira via e pode até ter quem defenda estar com Zema. Tudo isso será definido em convenção, no ano que vem. Única coisa que temos definido é não estar com o Bolsonaro”, disse. 

Apoio a possível terceira via

Também na semana passada, a coordenadora estadual da Fundação João Mangabeira e secretária sindical na Executiva Nacional do PSB, Kátia Gaivoto, participou de uma reunião entre partidos do campo progressistas que teriam, conforme noticiou O TEMPO, discutido a criação de uma candidatura de terceira via que saísse da polarização entre Kalil e Zema. Em conversa com a reportagem, Kátia Gaivoto afirmou que estava representando a Fundação João Mangabeira “em uma reunião em que a pauta principal era sobre a situação do Estado atualmente.” 

“A discussão em si foi sobre a perspectiva de trazer as mazelas que a gestão de Zema trouxe ao Estado. Uma gestão privatista, neoliberal, com  reformas perversas ao funcionalismo. E também fomos lá para ter diálogo, porque o PSB sempre defendeu uma unificação do campo progressista e para isso é preciso ter diálogo”, afirmou Kátia Gaivoto.

Quanto ao destino do PSB mineiro em 2022, ela afirmou que a legenda segue em diálogo aberto. 

“O partido está em diálogo. Já existiram algumas conversas via Kalil. Porque é o mesmo debate que fazemos a nível nacional. ‘Legal, vai debater 3° via. Mas depende, porque 3° via favorece a quem?  Se for para favorecer Zema, eu particularmente não acho viável, por exemplo”, ressaltou. 

O deputado Estadual Bernardo Mucida julga normal a reunião em que Kátia participou.   

“Reuniões são normais. Ela é filiada ao partido, representa um segmento, uma fundação, mas não representa o partido inteiro. Ela não decide pelo partido. Integrantes do partido fazem reuniões com diversas frentes e isso é normal. A definição do partido será deliberada e votada em convenção”, destacou.