O diretor adjunto de Compras e Logística da Cemig, Osias Galantine, prestou depoimento ontem na CPI da Assembleia Legislativa (ALMG) que apura contratos feitos pela estatal. Inicialmente, ele disse não saber explicar o motivo de o processo de contratação dele ter sido mais caro que o do próprio presidente da Cemig, já que as empresas que fazem esse processo cobram pela remuneração do selecionado. 

Ele sustentou a legalidade nos processos questionados pelos deputados, mas na maior parte do depoimento declarou não saber ou não ter conhecimento sobre o que era questionado. Os parlamentares consideraram constrangedor o momento em que o diretor disse que ficou sabendo durante o depoimento o teor de documentos assinados por ele. 

Sobre as dificuldades de contratação e licitações fracassadas, o diretor adjunto afirmou que “estamos vivendo momento de uma crise jamais vista no mundo, com descasamento de oferta e procura”. Ele pontuou que isso não é algo que ocorre na Cemig, mas no país todo. Galantine destacou que, na iniciativa privada, há mais possibilidade de fazer interações com os fornecedores quanto aos preços ofertados, mas ressaltou que os contratos firmados pela empresa geram empregos em Minas, embora algumas fornecedoras sejam de outros Estados.

Galantine sustentou que a Cemig tem vários investimentos a serem feitos nos próximos anos e que tem trabalhado para que todos os processos de compras sejam centralizados. 

Por meio de nota, a Cemig informou que “todas as contratações feitas, seja por meio de pregões ou por contratações diretas, seguem rigorosamente o previsto na Lei das Estatais”. “Somente em seis pregões realizados nos últimos três meses, houve economia superior a R$ 360 milhões em razão dessa maior competitividade. Atualmente, as licitações representam 95,7% dos valores gastos com contratações na Cemig”, diz a nota.

Já sobre a contratação da Litucera Engenharia e Limpeza, a Cemig disse que a empresa apresentou proposta de menor valor em pregão de prestação de serviços realizado na Regional do Sul de Minas, mas foi desclassificada na fase de recursos. Isso aconteceu pelo fato de a Litucera possuir o mesmo responsável técnico (RT) de outra empresa participante da fase de lances do processo licitatório. "Dessa forma, a Litucera não chegou a ser declarada vencedora de todo o processo competitivo ou contratada pela Cemig. A empresa Engelmig, que havia feito a segunda menor proposta, foi declarada vencedora. A Cemig seguiu todas as etapas de análise e verificação previstas pela legislação", respondeu.