Pandemia

Estados alertaram a União sobre risco de falta de kit intubação em junho de 2020

Em audiência no Congresso, governadores pediram atenção ao governo federal para resolver o problema

Por Da Redação
Publicado em 20 de março de 2021 | 13:11
 
 
Waldez Góes, governador do Amapá, avisou ao governo em audiência no Congresso sobre a falta do kit intubação Foto: Marcelo Loureiro/Governo do Amapá

Governadores de Estados já vinham alertando o governo federal, desde junho do ano passado, sobre o risco da faltarem remédios para anestesia, relaxamento muscular e sedação de pacientes em procedimentos de intubação. A revelação é da revista Crusoé.

De acordo com documento a que publicação teve acesso, no dia 25 de junho de 2020, durante uuma audiência pública na Comissão Mista de acompanhamento das Medidas Relacionados ao Coronavírus no Congresso, governadores chegaram a cobrar uma ação coordenada por parte do governo federal para aquisição dos chamados "kits de intubação".

"O governador do Amapá e presidente do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal, sr. Antônio Waldez Góes da Silva (governador do Amapá), destacou que 'a falta desse kit de intubação realmente pode ceifar muitas vidas se não hovuer uma providência adotada pelo governo federal como um exemplo bom a ser seguido em termos de coordenação central nas demais atividades'", diz o texto.

Segundo a CNN Brasil, em julho daquele ano, o governo comprou de empresas uruguaias 54.867 medicamentos do kit intubação e distribuiu os insumos às secretarias de Saúde do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, em uma ação denominada 'Operação Uruguai'. Um mês depois, porém, o governo cancelou uma segunda etapa da operação. De acordo com o Conselho Nacional de Saúde, o governo não explicou por qual razão cancelou a importação dos insumos que, agora, estão faltando em hospitais.

Para tentar resolver o problema da falta de medicamentos no SUS, o governo federal passou a requisitar a produção da indústria o que tem deixado hospitais privados praticamente sem os medicamentos.

De acordo com a Associação nacional de Hoispitais Privados (Anahp), a situação é crítica e, no caso de alguns medicamentos, o estoque médio é de apenas quatro dias. Outros podem durar até 19 dias. Segundo a nota da associação, as requisições do ministério na indústria estão "privando hospitais dos recursos necessários já contratados para atender à crescente demanda de pacientes com a Covid-19”.