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Ministro que propõe resorts com cassinos, Fundo Eleitoral ampliado e crítica de Miriam Leitão à aposentadoria dos militares

Por Da Redação
Publicado em 08 de dezembro de 2019 | 03:52
 
 

Demagogia e turismo
Lendo os jornais da semana, são tantos os assuntos a enfocar que farei pequenos comentários. Inicio pela declaração do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, denunciado pela Polícia Federal, afirmando que “o governo fará investimentos” no “turismo de luxo” para criar o que chamou de “resorts integrados”, onde teríamos cassinos, que seriam uma forma de gerar empregos e renda. Tais investimentos governamentais gerariam, também, como ocorre em outros países mais organizados e fiscalizados, quadrilhas e crimes de naturezas várias, facilitando a corrupção.

Gostaria de perguntar ao citado ministro como o governo fará tais investimentos se não tem recursos para os incrementos que se tornam necessários e urgentes nas áreas de infraestrutura, educação (universidades com laboratórios e pesquisas, escolas profissionalizantes, educação básica em tempo integral), saúde, saneamento básico, ciência e tecnologia, segurança pública, defesa etc.? Não seria melhor gerar empregos e renda com investimentos em ciência e tecnologia, buscando tecnologias de ponta? Na indústria e em sua mão de obra, tornando-a mais moderna e competitiva externamente? Qual a razão de não se incentivar a criação de tais áreas sem cassinos, “atraindo capitais estrangeiros”, no litoral e no interior? O senhor é favorável a “resorts integrados com cassinos” por todo o país e não é favorável à liberação do jogo?

Vergonha. Reforma política já!

O relator da Comissão de Orçamento do Congresso, deputado Domingos Neto (PSD-CE), apresentou relatório preliminar favorável ao aumento do Fundo Eleitoral para as próximas eleições, fixando valor maior que o dobro do ano passado: R$ 3,8 bilhões. São a favor do aumento 430 deputados, dos 513, e 62 senadores, dos 81 existentes. É dinheiro do Tesouro Nacional. Isso significa menos R$ 500 milhões para a saúde, R$ 380 milhões a menos para obras de habitação e saneamento, menos R$ 280 milhões para a educação! O Fundo Nacional da Saúde, responsável pela distribuição de medicamentos à população carente, doará para mais essa farra dos políticos a bagatela de R$ 70 milhões. O deputado afirmou que não haverá prejuízo para a população (???). Creio que desconhece os grotões, a miséria e a pobreza. Vive no mundo da fantasia.

Deveriam retirar esse dinheiro de revoltantes mordomias e altos salários de que desfrutam. O caricato Rodrigo Maia, sempre no papel de sensato e honesto presidente da Câmara, apesar da Lava Jato, buscando o protagonismo da ação de construir a ponte que vai do nada ao inexistente, afirma o óbvio: “A ampliação do fundo deve ser explicada para a população”. “Nas democracias, as eleições precisam ser financiadas, e o financiamento privado está vedado”. Respondendo, tenho a afirmar que a maior parte da população jamais compreenderá tal falta de dignidade deste Congresso, virando as costas para a opinião pública, tirando muito do pouco que os mais carentes têm, agravando a miséria e a pobreza em que sobrevivem!

Ódio lubrificado pelo fel marxista-leninista

No artigo “A reforma que é contrarreforma” (Economia, 6.12), a jornalista Miriam Leitão – que, com o codinome Amélia, em 1972, era integrante da luta armada e fazia agitação política, apoiando ações terroristas do PCdoB – mostra todo o seu ódio, lubrificado pelo fel marxista-leninista, inculcado em sua mente desde a juventude e com reflexos, ainda hoje, quando se trata de Forças Armadas e de militares. Não vou me ater ao que afirma, no artigo, tentando incitar a opinião pública contra os militares. Exemplo é o que se segue: foram “vários aumentos e vantagens recebidos pelos militares”, tendo em vista a reforma da Previdência deles.

Há que se ressaltar que os militares jamais foram contribuintes da Previdência Social (INSS) como ela escreve. Em realidade, o Sistema de Proteção Social dos Militares foi estudado, por longo tempo, modificado e aprovado pelo Congresso Nacional com a participação de todos os partidos e seus integrantes. O projeto contempla as múltiplas especificidades da carreira militar que não são particulares de outras profissões.

Se levarmos em consideração que, em dezembro de 1972, mais de cem pessoas tinham sido mortas em atentados terroristas, 300 bancos assaltados por terroristas, 300 militantes comunistas enviados para cursos na China e em Cuba, quartéis assaltados para roubo de armamento, três diplomatas sequestrados, militares estrangeiros assassinados, vários atentados à bomba executados, entre eles o do Aeroporto dos Guararapes e o ataque ao QG do II Exército, e que a Guerrilha do Araguaia estava em curso de operações, é fácil concluir que a militância da jovem jornalista, nos quadros do partido, a enquadrava na categoria de agente do terrorismo. Miriam Leitão tem todas as razões do mundo para não se esquecer do que, supostamente, teria acontecido com ela naqueles dias, assim como também não se vê razão para que ela tenha se esquecido dos motivos que a levaram a receber um codinome – Amélia – de uma organização terrorista.