Reconhecimento

Lula sanciona lei, e cidade mineira vira Capital Nacional do Rocambole

Distante 150km de BH, Lagoa Dourada tem uma loja do doce para cada mil habitantes. A tradição remonta à família local descendente de libaneses

Por Renato Alves
Publicado em 03 de agosto de 2023 | 10:58
 
 
O rocambole é uma espécie de pão de ló recheado com diversos sabores e que se enrola sobre si mesmo Foto: MARIELA GUIMARAES/O TEMPO

Foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (3) a lei que confere a Lagoa Dourada (MG) o título de Capital Nacional do Rocambole. Com 12 mil habitantes e distante cerca de 150km de Belo Horizonte, a cidade da Região do Campo das Vertentes tem 12 estabelecimentos especializados no doce. 

A tradição de produção do doce remonta à família local descendente de libaneses que se tornou famosa na década de 1960. O rocambole teria começado a ser feito em Lagoa Dourada em 1907, quando o patriarca de uma família deixou Beirute, capital do Líbano, e se fixou na cidade do interior de Minas.

O rocambole é uma espécie de pão de ló recheado com diversos sabores e que se enrola sobre si mesmo. Tem o de doce de leite (o clássico da cidade), o de ameixa, o de chocolate, o de coco, o de creme de avelã, o de abacaxi, entre outros.

“A importância do rocambole para a economia e a cultura de Lagoa Dourada foi oficializada em 2007, quando o doce, de origem europeia, foi inventariado como Patrimônio Imaterial Municipal pelo Inventário do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), resguardado pelo Instituto Estadual de Preservação do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha)”, ressalta texto do Senado.

A norma sancionada na quarta-feira (2) pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, decorre do projeto de lei (PL) número 2.209, de 2021, do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG). O texto foi aprovado pelo Senado em 7 de julho, com relatório favorável do senador Carlos Viana (Podemos-MG).

“A concessão do título de Capital Nacional do Rocambole a Lagoa Dourada proporcionará maior visibilidade a essa importante manifestação cultural e gastronômica do município, o que servirá como impulso não só para a permanência da tradição, mas também para geração de emprego e renda para a população local”, declarou Carlos Viana.