'O ex-presidente Jair Bolsonaro é um caso da Polícia Federal', diz Padilha

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse, em entrevista exclusiva ao O TEMPO Brasília, que havia “uma organização criminosa contra a democracia” durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

“Eu sempre falo que agora o ex-presidente é um caso da Polícia Federal. Está em outro terreno. Tem que se explicar os crimes cometidos ao longo do seu governo, da organização criminosa que foi construída aqui dentro do Palácio Planalto, no governo anterior, contra a democracia”, afirmou Padilha, na entrevista concedida quinta-feira (28) no Palácio do Planalto. 

Ele ressaltou que as suspeitas são confirmadas por investigações da Polícia Federal, validadas pela Procuradoria-Geral da República, como a que apontou para um suposto plano de golpe de Estado que visava impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para manter Bolsonaro no poder.

“Cada dia a apuração que é feita pela Polícia Federal, pelo Judiciário, que já foi feita pela CPMI (do 8 de janeiro) no Congresso, vão trazendo mais evidências de crimes. (Bolsonaro) É um criminoso em série, (cometendo) tanto crimes contra democracia, crimes contra a administração pública, falsificação de documentos, uma série de evidências que vão mostrando cada vez mais essa característica”, elencou. 

Na última segunda-feira (25), Padilha chamou Bolsonaro de “fugitivo confesso”, após a revelação de que o ex-presidente se hospedou por dois dias na embaixada da Hungria, em Brasília, logo após ter o passaporte apreendido pela Polícia Federal, em fevereiro, na operação que apura suposta trama golpista.

“Que o Bolsonaro é um fugitivo confesso, é zero surpresa. Mais uma vez, ele mostrou os seus planos de fugir. [...] O que cabe à Justiça à  Polícia Federal fazer com essas imagens, não sou eu quem vou opinar sobre isso”, disse Padilha após sessão em comemoração aos 200 anos do Senado Federal.