Eu digo com frequência que o caminho para colocar Minas de volta aos trilhos é suprapartidário e envolve a união de todos os Poderes, em todas as esferas políticas: municipal, estadual e federal. Na última segunda, esse sentimento foi comprovado e materializado no evento de detalhamento de aplicação do total de R$ 1,5 bilhão que foi repassado aos municípios em decorrência do Termo de Medidas de Reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem em Brumadinho, no Palácio das Artes.
Respeitando rigorosamente todos os protocolos de segurança sanitária, 501 prefeitos, representantes da Assembleia Legislativa, do Poder Judiciário, do Ministério Público Estadual (MPE), do Ministério Público Federal (MPF), da Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG), do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e do Governo de Minas focaram um mesmo objetivo: honrar a história das 272 joias que perderam a vida na tragédia.
Com o repasse aos 853 municípios do Estado, a vida de milhões de mineiros será positivamente impactada. Crianças, grávidas e idosos terão mais acesso à saúde, com a construção de Unidades Básicas de Saúde (UBS); quem está à espera de um teto poderá ser contemplado com a construção de moradias; quem sai cedo para trabalhar e dirige por longas distâncias terá mais ruas e estradas pavimentadas, reduzindo acidentes e economizando em manutenção do veículo.
O evento foi fundamental para explicar aos prefeitos o que de fato pode ser feito pelo nosso povo com esse recurso, facilitando o trabalho do executivo municipal, que tanto preza pelo nosso Estado. Durante a tarde, a Secretaria de Planejamento apresentou como e onde o dinheiro pode ser gasto. Depois, MPE, MPF e TCE detalharam como a prestação de contas e informações dos investimentos devem ser realizadas.
Todo esse esforço foi feito para que os chefes do Executivo tenham segurança para aplicar o recurso – que varia de R$ 750 mil a R$ 50 milhões e será depositado em três parcelas nos municípios que administram. São os prefeitos, importante ressaltar, que conhecem de perto a realidade da nossa gigante Minas Gerais. São eles que entendem onde o recurso deve realmente ser aplicado. E é por isso que foi dado a eles o poder de definir onde parte da verba será investida.
A partir de agora, temos uma longa e promissora jornada pela frente, que deve ser trilhada com respeito às vítimas e às famílias e com compromisso com o cidadão. Importante lembrar que, além do dinheiro que foi repassado aos municípios, outros cerca de R$ 36 bilhões serão aportados no nosso Estado para tirar o Rodoanel do papel, na construção e ativação de hospitais regionais, pontes, pavimentações, em demandas diretas às comunidades atingidas, na recuperação da bacia do Paraopeba, projetos de assistência social, entre outros.
O futuro começou para Minas, mas não podemos esquecer a origem desses recursos. Cada obra, cada ação de recuperação ambiental e cada centavo investido devem ser feitos de forma a honrar as vidas perdidas e as famílias das vítimas. Nunca esqueceremos Brumadinho. Nunca esqueceremos as joias.