Eleições 2022

Lula perde apoio do Pros, e Pablo Marçal retoma candidatura após decisão do STJ

Ministro Antonio Carlos Ferreira, do Superior Tribunal de Justiça, devolveu a presidência da sigla ao perito aposentado da Polícia Civil Marcus Holanda, eleito para o cargo em julho

Por Renato Alves
Publicado em 04 de agosto de 2022 | 08:10
 
 
Na imagem, o influenciador digital Pablo Marçal (PROS) Foto: Reprodução/PROS

O comando do Pros foi devolvido ao perito aposentado da Polícia Civil Marcus Holanda, eleito para o cargo em julho de 2022. A decisão proferida nessa quarta-feira (3) é do ministro Antonio Carlos Ferreira, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). No domingo (31), o vice-presidente da mesma Corte, ministro Jorge Mussi, concedeu a liderança da legenda a Eurípedes Júnior, fundador dela. 

Com a mais recente decisão judicial, está mantida a candidatura do coach e influenciador digital Pablo Marçal à Presidência da República. O nome dele foi oficializado em convenção nacional do Pros realizada no domingo. No entanto, logo em seguida, veio a decisão que repassou o comando do partido a Eurípedes Júnior, o que praticamente implodiu os planos de Pablo Marçal.

Assim  que retomou a presidência do Pros, Eurípedes Júnior procurou lideranças petistas para fechar apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na corrida ao Palácio do Planalto. A aliança foi anunciada na manhã de quarta, antes do ministro Antonio Carlos Ferreira devolver a sigla a Marcus Holanda.

Assim que o  perito aposentado soube da decisão favorável emitiu uma nota afirmando que estava tudo certo para “continuar o planejamento de recriar o partido com seriedade e transparência dando oportunidade para mais de 1500 candidatos em todos os cargos inclusive o de presidência da República com Pablo Marçal”.

O partido tem uma nova convenção marcada para sexta-feira (5), último dia de decisões sobre candidatos, segundo o calendário eleitoral.

Eurípedes Júnior é acusado de comprar até helicóptero com dinheiro público

Eurípedes Júnior foi retirado do comando do Pros em março. Decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) legitimou a reunião partidária que elegeu Marcus Holanda Holanda. 

O fundador do Pros é acusado de desvios milionários do dinheiro público destinado à manutenção da sigla e apoio às candidaturas nos pleitos eleitorais. As verbas teriam sido usadas por Eurípedes Júnior para enriquecimento ilícito, que inclui compra de imóveis e até de um helicóptero.

Com a decisão contrária, Eurípedes Júnior recorreu ao STJ para retomar a presidência da sigla. Por isso, desde então, o imbróglio sobre o comando do Pros é tratado na Corte superior.

Na decisão de quarta-feira, o ministro Carlos Ferreira considerou os argumentos apresentados pelo vice-presidente da Corte, que devolveu o Pros a Eurípedes Júnior, mas afirmou que a ação carece de análise pelas instâncias precedentes. Assim, o STJ ainda não teria competência para apreciá-las.

“Não se ignora os impressionantes argumentos deduzidos pela parte que requereu a tutela de urgência nestes autos, calcados em supostas irregularidades praticadas nos procedimentos administrativos e até mesmo nas instâncias ordinárias da esfera judicial, objeto de procedimentos que visam a apurar a isenção dos órgãos que examinaram a questão controvertida”, escreveu Carlos Ferreira.

“Tem-se, contudo, alegações que ainda pendem do exame das instâncias precedentes, carecendo o STJ da competência para apreciá-las desde logo, sob pena de qualificar supressão de instância”, completou o magistrado.

O TEMPO agora está em Brasília. Acesse a capa especial da capital federal para acompanhar as notícias dos Três Poderes.