Polêmica

Sindicato processa Eduardo Bolsonaro por chamar PF de 'cachorrinho de Moraes'

O Sindicato dos Delegados da Polícia Federal do Paraná pede uma indenização de R$ 56,4 mil por danos morais

Por O Tempo Brasília
Publicado em 16 de abril de 2024 | 16:16
 
 
Deputado Eduardo Bolsonaro é processado por sindicato Foto: Mario Agra / Câmara dos Deputados

O Sindicato dos Delegados da Polícia Federal do Paraná moveu uma ação nesta segunda-feira (15) contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O motivo foi uma fala do parlamentar que, durante uma entrevista em que tratou sobre o inquérito em cartões de vacina da Covid-19, questionou se a PF iria “continuar sendo cachorrinho” do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

O sindicato pede uma indenização de R$ 56,4 mil por danos morais na ação que foi protocolada no Juizado Especial Cível de Brasília. O sindicato ainda pede uma retratação pública do parlamentar e o pagamento de 500 cestas básicas à Casa Liberdade em Curitiba, que realiza trabalho de recuperação de pessoas com dependência química. 

De acordo com o Estadão, o sindicato alegou que as declarações do parlamentar são “agressões inverídicas, ofensivas, injuriosas e ilegais”, e prejudicam a imagem da corporação.  Ainda no documento, é dito que a imunidade parlamentar não é um direito irrestrito e absoluto. Dessa forma, sustenta que o filho 03 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve ser responsabilizado pelas declarações. 

Em um despacho assinado nesta terça-feira, a juíza Gláucia Barbosa Rizzo da Silva pediu que o sindicato justifique sua legitimidade para propor uma ação em um juizado especial. “Faculto à parte autora emenda para que fundamente sua legitimidade ativa, tendo em vista que os sindicatos não constam do rol de legitimados a proporem ação nos juizados especiais”. Com isso, o caso pode ser redirecionado. 

No último dia 18, Eduardo concedeu uma entrevista ao jornal Diário da Região, em São José do Rio Preto (SP). Ao comentar sobre as investigações que pairam sobre o pai, o deputado cobrou que a PF investigue uma suposta inserção de registro falso de vacinação de Jair Bolsonaro no Sistema Único de Saúde (SUS) com um e-mail com o nome “Lula”.

“Depende de qual Polícia Federal: a normal ou a do Moraes?  Porque ele está julgando o cartão de vacina do presidente se nem é mais presidente? Porque esses inquéritos todos caem na mão dele? (...) A PF vai investigar esse e-mail ou vai continuar sendo cachorrinho do Alexandre de Moraes?”, disse à época Eduardo Bolsonaro.